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20 anos de "Mulan" (1998): uma bela jornada de autodescoberta

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Sempre existe um motivo por trás de todo texto escrito. Ano passado, coincidentemente, escrevi uma crítica sobre Mulan para entrar no time do Quarto Ato, e não podia deixar ser diferente nessa comemoração de 20 anos desse filme que marcou a minha história e de uma geração. Relendo o texto passado, percebi que muita coisa mudou, e mais ainda desde a primeira vez que o assisti. Eu mudei, o mundo mudou, assim como meu olhar sobre o filme.

20 anos de "Mulan" (1998)

uma bela jornada de autodescoberta


A descoberta de uma guerreira no meio das princesas, que lutava pelo que acreditava mesmo quando os outros falavam o contrário. Depois um ícone de força, coragem, lealdade e determinação durante uma vida, até enxergar uma mulher trilhando uma bela jornada de autodescoberta. Uma história milenar, resgatada nos anos 90 e ainda contemporânea e relevante para ser recontada na nova produção live action para 2020.

Fazendo parte de uma época em que a Disney dava novos passos com filmes como A Pequena Sereia, Rei Leão, A Bela e a Fera, Aladdin e Pocahontas. Mostrando novos povos, culturas, paisagens e riquezas de várias partes do mundo, e que retrata com o cuidado necessário essa parte tão rica e única que é a cultura chinesa, aos olhos de uma heroína histórica, respeitada por eles. 

Com uma animação 2D clássica, que não deve em nada para os dias de hoje, cores vibrantes, as animações com traços típicos das pinturas chinesas e outros detalhes que compõem todo o cenário estético, que demonstram o desafio e o cuidado em retratar a cultura chinesa. Com uma trilha sonora digna de uma animação da Disney, sendo indicada para Melhor Trilha Sonora Original no Oscar de 1999, o filme demonstra o cuidado de transmitir com clareza sua mensagem, trazendo mais peso para cenas chaves do filme. Assim como o excepcional trabalho da dublagem brasileira de manter essa essência e qualidade.

O roteiro segue um estilo mais clássico, mas são as motivações que fazem com que Mulan entre nessa jornada, que trazem toda a sensibilidade e beleza para a história. Os costumes familiares, a importância da honra e toda a construção para a cena com a casamenteira, levam Mulan a contestar sua identidade e mostrar uma personagem que se sente deslocada naquele meio e em si mesma, o que se torna a força motriz para sua partida em busca da honra e da descoberta. 

Até todos os elementos construídos se unirem na cena mais emocionante do filme, em que a China se curva em respeito a Mulan depois que ela encontrou a honra nela mesma. Essa cena que me faz reassistir a esse filme e é essa cena que me motiva a escrever esse texto com um sentimento especial no coração. É uma história com uma mensagem para envolver adultos e crianças com questões atuais e importantes sobre gênero, respeito e identidade, com força para atravessar muitas barreiras do tempo.

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