Pular para o conteúdo principal

Mamma Mia: Lá Vamos Nós de Novo! (2018) | Uma boa segunda dose de ABBA

Resultado de imagem para mamma mia 2
Mamma Mia é como uma batata-frita do cinema: une carnívoros e vegetarianos. Seja você amante de películas conceituais um tanto envergonhado em falar que sabe quase todas as músicas e se encanta com Donna (Meryl Streep) e Sophie (Amanda Seyfried), ou você que gosta de filmes mais usuais e entende o filme como uma excelente história de mãe e filha. 

Crítica: Mamma Mia - Lá Vamos Nós de Novo! (2018)

Uma boa dose de ABBA


Após dez anos do lançamento do primeiro filme, a sequência Mamma Mia: Lá Vamos Nós De Novo! se passa um ano após a morte de Donna e cinco anos desde a primeira versão. Sophie está prestes a reinaugurar o hotel da mãe, agora totalmente reformado, e convida seus três pais. O reencontro serve para desenterrar memórias sobre a juventude de Donna (Lily James), no final dos anos 70, quando ela resolve se estabelecer na Grécia.

A parte dois dessa história conta com um musical cativante, e o foco não busca ser conceitual, mas sim no entretenimento com leves pitadas de um humor ácido e feminista. Bem coreografado e bastante colorido, conta com a excelente participação especial de Cher, vivendo a avó de Sophie, uma cantora muito famosa. Rápido e prático como fritar uma batata frita congelada, fica difícil perder o fio da meada. As músicas populares do grupo ABBA vão de Warteloo à clássica Dancing Queen ao longo de Mamma Mia. O filme passa por clássicos da banda como I Have a Dream e Fernando, lindamente performadas pelo elenco com aquele tom musical de canções e coreografias similares a musicais sonhadores e alegres. 

A personagem de Donna é uma mulher inteligente e determinada em ambas partes da franquia; não tem certezas sobre sua vida, entretanto, conta com a honestidade de saber o que não quer e o pouco da certeza do que quer. Apropria-se da imensa vontade de lutar por aquilo que almeja - como é o caso da sua decisão de ficar na ilha, além de convidar Sam para se juntar a ela. Outro momento excelente de todo o seu empoderamento é na cena em que a jovem Donna menciona que se ser mãe fosse fácil, seu pai seria. É engraçada e inteligente pela crítica aos pais que não são presentes na vida de filhos. 

Quando se trata de Girl Power, Sophie não está muito atrás, forte e guerreira - o filme desenrola a partir da reinauguração do hotel, um ano após a morte de Donna, no qual a filha está empenhada para deixar tudo exatamente perfeito do jeito que sua mãe sonhara. A cena mais tocante é o momento em que ela segura as hastes da entrada da festa durante o temporal. É bonito ver a força emocional e física de Sophie naquele momento. Mamma Mia 2 pecou ao incluir o personagem Fernando Sinfuego, no qual só é apresentado no final, quando a maravilhosa Cher canta a canção sua canção. Porém, não é de grande lástima, afinal o mundo ganha a oportunidade de ver uma das divas do século passado dando show em um filme bem mainstream

O longa-metragem, ensolarado e colorido como um eterno domingo de sol, tem como plano de fundo a exuberante beleza da ilha grega. Os figurinos dos personagens dos anos 70 são um ponto assertivo, entretanto, peca na falta de sinalização em momentos de flashback - não há nenhuma sinalização fotográfica prestes a iniciar nos momentos do passado da personagem de Meryl. O que nos resta após a sequência de Mamma Mia é uma boa dose de ABBA e aguardar a terceira parte da história de Sophie, mas desta vez com um período de tempo menor. A sensação é que a franquia não perdeu a doçura.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A Morte do Demônio (2013) | Reimaginação do "Conto Demoníaco"

The Evil Dead (EUA) Em 1981, Sam Raimi conseguiu realizar algo extraordinário. Com um orçamento baixíssimo (em volta de 1,5 mil), o diretor reinventou os filmes idealizados dentro de uma cabana com jovens e demônios. Além disso, ainda conseguiu fãs por todo o planeta que apreciavam a maneira simples e assustadora que o longa fora realizado. Em 2009, Raimi entrou em contato com Fede Alvarez por seu recente curta-metragem viral que rolava pela internet. A conversa acabou resultando na id eia de uma reinvenção do “conto” original de 1981. Liberdade foi dada à Alvarez para que tomasse conta da história. Percebe-se, a início, a garra deste para uma boa adaptação, no entanto, ainda peca por alguns problemas graves percebíveis tanto para quem é ou não é fã do original. Ao que tudo indicava, seria um Reboot. Mas se trata, na realidade, de uma (aparentemente) continuação audaciosa. A audácia já começa no pôster de divulgação: “O Filme Mais Aterrorizante que Você Verá Nesta Vida”...

Anúncio Oficial [Duas Faces do Cinema: Quarto Ato]

Desde que nós dois, Arthur Gadelha e Gabriel Amora, sentamos para decidir o nome do blog de cinema que escreveríamos a partir dali, e entramos no acordo que “Duas Faces do Cinema” intitularia o projeto, já sabíamos, mesmo sem dizer um para o outro, que ele não perduraria para sempre; não como principal. No entanto, assim que lançado, ainda com um fundo preto e branco, separando o casal principal do grande vencedor do Oscar, “O Artista”, a marca “Duas Faces do Cinema” ganhava espaço entre amigos e familiares.

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.