O que Rocky IV tem de ridículo, Rocky V tem de acertos. E é
incrível como o público não repara que a famosa primeira despedida do
personagem é uma aula de como se criar um roteiro com vários personagens e
conflitos que acabam se encontrando no fim da projeção. É perceptível a bobagem
do início do filme que, inexplicavelmente, coloca a família Balboa na falência e
a conclusão que tem uma das lutas mais pobres da franquia, mas o desenvolvimento
de personagens é infinitamente melhor que o anterior.
Na trama, a família Balboa precisa voltar ao antigo bairro
da Filadélfia depois de voltarem da Rússia. Rocky volta a treinar e conhece o
jovem Tommy Gunn, um morador de rua que ama boxe. A partir disso, eles criam uma
amizade e uma relação de pai e filho. No entanto, Tommy abandona Rocky, depois
da oferta de um empresário, e o desafia para uma luta.
Dirigido por John G. Avildsen, o mesmo do primeiro filme,
Rocky V traz um desenvolvimento dramático a série, se concentrando em uma
construção de personagem mais honesta até mesmo para Paulie e para Rocky Jr. Todos
possuem um drama distinto e que são resolvidos durante o terceiro ato da trama,
que, obviamente, traz umas das lutas mais divertidas de conferir, apesar de
curta e de mal montada em alguns momentos.
E esse é o maior trunfo do quinto filme. A montagem do
treinamento continua lá, a música de Bill Conti volta a empolgar e as atuações,
especialmente a de Tommy Morrison, que vive o antagonista, é verdadeira, visto
que torcemos por ele durante grande parte da projeção. Sua atuação funciona
pela simplicidade, assim como todo resto do filme.
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