Pular para o conteúdo principal

Shazam! (2019) | Novo herói, nova marca


Shazam! não parece se encaixar com o universo cinematográfico da Dc Comics. Depois de vários filmes medianos, como Mulher-Maravilha e Aquaman, e de outros terríveis, como Esquadrão Suicida e Homem de Aço, é inevitável não ir com certo receio assistir ao novo produto da editora. Felizmente, Shazam! é autentico o suficiente para não ser comparado com a empresa ou com a sua concorrente, que lança Vingadores: Ultimato no fim do mês. Escrito e dirigido por David F. Sandberg, o mesmo de Annabelle 2: A Criação do Mal, Shazam! é um filme de alma própria.





Sim, temos aqui o filme mais divertido de herói do ano. Lado a lado de Homem-Aranha no Aranhaverso, Shazam! é um filme com inúmeras surpresas, méritos próprios e várias demonstrações divertidas de comédia que aquecem o coração de todo nerd leitor de quadrinhos e de toda criança que ainda está ansiando um filme original do gênero.


Shazam!, apesar do aspecto de filme de colégio, parecido com Homem-Aranha: De Volta ao Lar, é mais puro e honesto. Ele não é tão exaustivo quanto os filmes da Marvel, que se conectam frequentemente, e nem tão sombrio ou escuro quanto os da DC, o que enfatiza a liberdade criativa que o diretor teve durante sua construção de universo, logo que explora várias possibilidades narrativas que, apesar de exaustiva no terceiro ato, é condizente com tudo que está exposto no filme, como a iluminação, as cores, a música e piadas no roteiro.


E, por mais que exista um excesso de piadas, incrivelmente, poucas não funcionam. Na verdade, é um humor próprio. Nada cansativo como Homem Formiga e Vespa ou idiota como Deadpool 2. É original e completamente identificável, visto que a família que adota Billy Batson, criança órfã que se torna o herói do título, é um grupo disfuncional, cheio de defeitos, como toda família formada por pessoas incansavelmente diferentes. E todo o elenco corresponde, principalmente Jack Dylan Grazer, garoto de 15 anos que já mostrou todo o seu talento em It: A Coisa e que retorna aqui com a paixão necessária para interpretar um adolescente fiel aos quadrinhos.




Zachary Levi (a versão adulta de Billy Batson/Shazam) entra nessa como um novo rosto a ser observado com mais atenção, mesmo que tenha vivido um personagem nos filmes do Thor. Não temos dúvida de que aquele homem de mais de dois metros de altura é, de fato, uma criança ainda aprendendo sobre ser criança. Ele é divertido e tem umas das cenas mais engraçadas do ano, a qual se passa em uma loja de conveniência.

Shazam! é uma obra inesperadamente competente o suficiente para ansiar por uma segunda parte. Não é um longa que anula o universo, mas que valida como um grande primeiro passo para essa nova fase de diversidade no gênero. Uma cena clara disso, por exemplo, é aquela em que um garoto brinca com bonecos do Batman e do Superman e simplesmente os abandona quando encontra Shazam pela primeira vez. É o famoso "chega de viver do passado" ganhando vida, finalmente.

E que venha o Coringa de Todd Phillips e com o Joaquin Phoenix no papel principal. Que ano, hein, Dc! Bem-vinda de volta!

Shazam! (2019): Novo herói, nova marca

  CRÍTICA  

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

Mad Max (1979) | O cinema australiano servindo de influência

Para uma década em que blockbusters precisavam ter muitos efeitos visuais e grandes atros do momento, como em Alien - O Oitavo Passagéiro , Star Wars , Star Trek  etc, George Miller teve sorte e um roteiro preciso ao provar que pode se fazer filme com pouco dinheiro e com um elenco de loucos.   Mad Max , de 1979, filme australiano com uma pegada  exploitation,  western e de filmes B, mas que conseguiu ser a estrada para muitos filmes de ação de Hollywood atualmente.   Miller, dirigiu, escreveu e conseguiu com um orçamento de 400 mil filmar um dos mais rentáveis do planeta. O custo do filme foi curto e assim, tudo foi pensado no roteiro e nos diálogos que o filme ia exibir. Como os textos sobre o futuro, humanidade e seu fim, e o Max do título. O filme é rodado com o Mel Gibson sendo o centro. Seus diálogos curtos demonstram o homem da época, e com uma apologia ao homem do futuro. Uma pessoa deformada pelas perdas e com a vontade de ter aquilo que não pode ter, e que resulta no

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos como citei. E o real mo