Shazam! não parece se encaixar com o universo cinematográfico
da Dc Comics. Depois de vários filmes medianos, como Mulher-Maravilha e
Aquaman, e de outros terríveis, como Esquadrão Suicida e Homem de Aço, é
inevitável não ir com certo receio assistir ao novo produto da editora. Felizmente,
Shazam! é autentico o suficiente para não ser comparado com a empresa ou com a
sua concorrente, que lança Vingadores: Ultimato no fim do mês. Escrito e dirigido por David F. Sandberg, o mesmo de Annabelle 2: A Criação do Mal, Shazam! é um filme de
alma própria.
Sim, temos aqui o filme mais divertido de herói do ano. Lado
a lado de Homem-Aranha no Aranhaverso, Shazam! é um filme com inúmeras
surpresas, méritos próprios e várias demonstrações divertidas de comédia que
aquecem o coração de todo nerd leitor de quadrinhos e de toda criança que ainda
está ansiando um filme original do gênero.
Shazam!, apesar do aspecto de filme de colégio, parecido com Homem-Aranha: De
Volta ao Lar, é mais puro e honesto. Ele não é tão exaustivo quanto os filmes da Marvel,
que se conectam frequentemente, e nem tão sombrio ou escuro quanto os da DC, o
que enfatiza a liberdade criativa que o diretor teve durante sua construção de universo, logo que explora várias
possibilidades narrativas que, apesar de exaustiva no terceiro ato, é condizente com tudo que está exposto no filme, como a iluminação, as cores, a
música e piadas no roteiro.
E, por mais que exista um excesso de piadas, incrivelmente,
poucas não funcionam. Na verdade, é um humor próprio. Nada cansativo como Homem
Formiga e Vespa ou idiota como Deadpool 2. É original e completamente identificável,
visto que a família que adota Billy Batson, criança órfã que se torna o herói
do título, é um grupo disfuncional, cheio de defeitos, como toda família formada
por pessoas incansavelmente diferentes. E todo o elenco corresponde,
principalmente Jack Dylan Grazer, garoto de 15 anos que já mostrou todo o seu
talento em It: A Coisa e que retorna aqui com a paixão necessária para
interpretar um adolescente fiel aos quadrinhos.
Já Zachary Levi (a versão adulta de Billy Batson/Shazam) entra nessa como um novo rosto a ser
observado com mais atenção, mesmo que tenha vivido um personagem nos filmes do Thor. Não temos dúvida de que aquele homem de mais de
dois metros de altura é, de fato, uma criança ainda aprendendo sobre ser
criança. Ele é divertido e tem umas das cenas mais engraçadas do ano, a qual se
passa em uma loja de conveniência.
Shazam! é uma obra inesperadamente competente o suficiente
para ansiar por uma segunda parte. Não é um longa que anula o universo, mas que
valida como um grande primeiro passo para essa nova fase de diversidade no
gênero. Uma cena clara disso, por exemplo, é aquela em que um garoto brinca com bonecos do Batman e do Superman e simplesmente os abandona quando encontra
Shazam pela primeira vez. É o famoso "chega de viver do passado" ganhando vida, finalmente.
E que venha o Coringa de Todd Phillips e com o Joaquin
Phoenix no papel principal. Que ano, hein, Dc! Bem-vinda de volta!
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