Pular para o conteúdo principal

Rosemberg Cariry retorna à ficção com “Notícias do Fim do Mundo”

Imerso nos questionamentos sobre as diversidades culturais, hibridismos e trânsitos identitários, na chamada sociedade da violência e do espetáculo, o escritor e cineasta Rosemberg Cariry traz para o seu novo longa-metragem, Notícias do Fim do Mundo, uma experiência concebida a partir da leitura de alguns pensadores latino-americanos sobre o sentido conceitual do transbarroco, que o leva a explorar as sinuosidades e os contrastes dos símbolos e da violência em um país periférico e dependente. 

Rosemberg Cariry retorna à ficção com “Notícias do Fim do Mundo”

11º longa-metragem do cineasta cearense estreia no 29º Cine Ceará, em setembro


O argumento nasceu de um conto, escrito pelo próprio diretor em 1996, que ganhou novas camadas partir do olhar atencioso às mudanças que afetaram o mundo nos últimos anos. A primeira exibição acontecerá na programação do 29º Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, no dia 1º de setembro (domingo), a partir das 19h, no Cineteatro São Luiz.

A trama se passa na cidade de Kibuna, onde vive Alexandre Taylor (papel de Everaldo Pontes), um ator que, no final da vida, decide ganhar o seu sustento dando cursos nas favelas das periferias e é um dos organizadores de um grupo de folguedo popular. Quando surge o convite para se apresentar no palácio do governador, o ator enxerga nesse gesto uma das últimas chances de fazer uma ousada e perigosa performance pública. Durante a apresentação, o grupo resolve sequestrar um embaixador (papel de João Paulo Soares), dando início a uma perseguição policial descontrolada do governo e à transformação de Alexandre Taylor em Mestre Jacaúna.

Notícias do Fim do Mundo também aborda a construção e o consumo desenfreados de imagens, de fake news, das manipulações políticas e de consciências, das construções identitárias, das fronteiras móveis, do papel polêmico dos veículos de comunicação e das redes sociais em um mundo globalizado, além de explorar as contradições de seus personagens. 

“Com a maturação de quase dez anos do seu fazer, refletindo sobre uma época que cria realidades sociais em transe, repletas de mudanças radicais e de distopias, o filme é uma alegoria trágica dos tempos que vivemos, o que permite uma reflexão sobre o ritmo estonteante e acelerado dos acontecimentos do mundo. Os reflexos dos acontecimentos reais foram incluídos gradativamente no processo criativo do filme. Dei o filme por terminado quando a realidade me apareceu mais absurda do que a ficção”, afirma Cariry.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Leonard Nimoy, eterno Spock, morre aos 83 anos

A magia que um personagem nos passa, quando sincera, é algo admirável. Principalmente quando o ator fica anos trabalhando com a mesma figura, cuidando com carinho e respeitando os fãs que tanto o amam também. E, assim foi Leonard Nimoy . O senhor Spock de Jornada nas Estrelas , que faleceu ontem (27/02) por causa de uma doença pulmonar, aos 83 anos. O ator, diretor, escritor, fotógrafo e músico deixou um legado imenso para nós. E isso é algo que ele sempre tratou com muita paixão: a arte. A arte de poder fazer mais arte. E com um primor de ser uma boa pessoa e querida por milhares. E por fim, a vida atrapalhou tal arte. Não o eternizou como o seu personagem. Mas apenas na vida, pois no coração e na memória de todos, o querido Nimoy vai permanecer perpétuo nessa jornada. Um adeus e um obrigado, senhor Leonard Nimoy, de Vulcano. Comece agora, sua nova vida longa e próspera, onde quer que esteja.

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos (2014) | Peter Jackson cumpre o que prometeu

    Não vamos negar que a trilogia O Hobbit possui grandes problemas. O que é uma pena, já que a trilogia anterior ( O Senhor dos Anéis ) não tem falha alguma. Contudo, o que tinha de errado em Uma Jornada Inesperada e Desolação de Smaug , o diretor Peter Jackson desfaz nessa última parte. O que é ótimo para os espectadores e crível para os adoradores da saga da terra-média de longa data.     O filme apresenta problemas diversos, por exemplo, um clímax logo na primeira cena (se é que você me entende) e um personagem que não consegue momento algum ser engraçado. Falhas como essas prejudicam o filme como todo. O roteiro, por ser o mais curto dos três, precisava de mais tempo em tela, e dessa forma, cenas e personagens sem carisma são usados repetidas vezes e com uma insistência sem ter porquês. Mas, em contra partida, O Hobbit e a Batalha dos Cinco Exércitos consegue ser mais direto, objetivo e simples que seus antecessores, que são longos e cheios de casos...

Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso

Este texto não bem uma crítica, mas uma ponderação sobre o cinema enquanto uma ferramenta de afirmação. Podemos supor que o que leva uma equipe a gastar quase 100 milhões de dólares para contar uma história é principalmente acreditar nela. Veja só, por que filmes de guerra são feitos? Além do deslumbre de se tornar consumível uma realidade tão distante do conforto de uma sala com ar-condicionado, há a emoção de se  converter emoções específicas. Sentado em seu ato solitário, o roteirista é capaz de imaginar as reações possíveis de diferentes plateias quando escreve um diálogo ou descreve a forma como um personagem se comporta. Opinião: Filmes querem lhe enganar, não esqueça disso "Ford vs Ferrari", de James Mangold, é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Digo isso porque Ford vs Ferrari , de James Mangold , é essencialmente um filme de guerra. Mesmo. Aqui é EUA contra Itália que disputam o ego de uma vitória milionária no universo da velocidade. Ainda no iníci...