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Mad Max (1979) | O cinema australiano servindo de influência


Resultado de imagemPara uma década em que blockbusters precisavam ter muitos efeitos visuais e grandes atros do momento, como em Alien - O Oitavo Passagéiro, Star Wars, Star Trek etc, George Miller teve sorte e um roteiro preciso ao provar que pode se fazer filme com pouco dinheiro e com um elenco de loucos. Mad Max, de 1979, filme australiano com uma pegada exploitation, western e de filmes B, mas que conseguiu ser a estrada para muitos filmes de ação de Hollywood atualmente.  


Miller, dirigiu, escreveu e conseguiu com um orçamento de 400 mil filmar um dos mais rentáveis do planeta. O custo do filme foi curto e assim, tudo foi pensado no roteiro e nos diálogos que o filme ia exibir. Como os textos sobre o futuro, humanidade e seu fim, e o Max do título. O filme é rodado com o Mel Gibson sendo o centro. Seus diálogos curtos demonstram o homem da época, e com uma apologia ao homem do futuro. Uma pessoa deformada pelas perdas e com a vontade de ter aquilo que não pode ter, e que resulta no Mad.

Dessa forma, o filme se torna difícil de se assistir. Diferente dos demais daquele período, o primeiro Mad Max é um filme de criação de expectativa. A trama, diferentemente do automóvel V8 que existe no filme, é um pouco lenta e até mesmo datada em tudo. O roteiro nos apresenta dois pontos de vistas de loucos; aquele que tem tudo e ao mesmo tempo nada, e o que tem nada e ao mesmo tempo tudo. Max possui uma família e o amor por ela, dessa forma, quando sofre com a perda, seu consciente de policial se transforma em algo agressivo e que em, absurdamente, 20 minutos de filme (o terceiro ato) conseguimos aceitar a morte de sua família, só pra ver o roteiro explodindo com o personagem. Do outro lado, temos a gangue de psicopatas que destroem e matam tudo que conseguem enxergar (ao menos que seja um caminhão do outro lado da pista), e que sofrem as consequências ao exterminarem a família do Max.

Com isso, é fácil notar porque o filme é datado, piegas e diferente dos filmes de atualmente. A criação de expectativa foi estabelecida nesse gênero pouco comercial e acessível. Mad Max abriu portas para o gênero explotation, de ação e, querendo ou não, do filme barato que consegue ser bom. Por fim, lembremos da origem do gênero e sobre sua influência dentro dos filmes de ação. Mad Max é diferente por isso. Por criar expectativa pra se ver algo cumprir com a firmeza de ser divertido.


Comentários

  1. Esse filme que você diz datado, é o meu preferido da trilogia inicial. E eu que tenho apenas 23 anos!

    Sempre achei que o grande lance desse filme é o fato dele ser estranho, principalmente para o público de hoje, acostumado com shows de pirotecnia.

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  2. Acho que o Mad Max 1979 não envelheceu em nada. Seu estilo punk com personagens bizarros e caricatas faz total diferença em relação aos filmes smurfs de hoje em dia. Pra quem curte transformes, vingadores 2 e outras bobagens que produziram por aí, recomendo até assistir Mary Poppins rsrsrsrs

    Mad Max 1 é filme pra macho, o resto é velozes e furiosos.

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  3. Com falta de grana ou não, achei essa versão de 1979 a melhor. O desenvolvimento dos personagens é bem satisfatório e supera suas continuações em termos de uma boa narrativa e um futuro mais plausível. Tem cenas meio paradonas que de certa forma, ajudaram a criar um suspense até o ato final, a vingança. Interessante que já na Estrada da Fúria, me senti cansada com tantas cenas de ação e o péssimo desenvolvimento dos personagens, e claro, um Tom Hardy que não me convenceu como Max Rockatansky.

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  4. Datado? Achei esse o melhor da franquia, o mais coerente. Apesar do baixíssimo orçamento, gostei do desenvolvimento dos atores e da ótima direção de George Miller. Mad Max 1 é cru, visceral e ótimo!

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