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Mostrando postagens de abril, 2016

Capitão América: Guerra Civil (2016) | Épico de heróis

Captain America: Civil War (EUA) Capitão América: Guerra Civil   é, além de uma continuação de   O   Soldado Invernal   com a participação dos Vingadores e com a introdução de novos personagens, um filme sobre deliberações. E, por sorte, a Marvel, assim como no segundo filme do Capitão, entendeu que debates políticos são bem-vindos e enriquecedores para o seu público.  Isso é perceptível com o desenvolvimento que todos os personagens carregam. Seja com a ideologia de liberdade do Capitão ou do vigilantismo   do Homem de Ferro, os conflitos em textos são bem trabalhados e durante as sequências de batalhas corporais, o público tem a missão de entender os lados de cada time. E, é claro, há o vilão que possui suas motivações malignas, mas que são “aceitáveis” diante do mundo em que ele vive, o que resulta em um drama inesperado. Além disso, a direção dos   Irmãos Russo   é coesa por revelar tal desenvolvimento político e por garantir atuações dramáticas e cômicas, e

O Dono do Jogo (2016) | O lado bom da guerra

Pawn Sacrifice (EUA) A cultura norte-americana reabastece o que o mundo vai consumir, seja dos quadrinhos até o cinema, ou da música até o esporte. E o fato deles se orgulharem disso é justamente por utilizarem bem o dinheiro que ganham de nós, para produzir algo melhor que anteriormente. No entanto, a melhor época que formou a cultura popular mundialmente está e nraizada  nos anos de 1960, com a contracultura, liberdade de expressão, empoderamento feminino, com o cinema de ficção cientifica e com a rivalidade violenta dos Estados Unidos contra a União Soviética. Edward Zwick compreende isso ao contar a história de Bobby Fischer , um garoto prodígio do xadrez americano que desafia o império russo no auge da ameaça nuclear e da corrida espacial. Xadrez, por si só, é entediante aos que não entendem, mas para o diretor o jogo é só mais um desafio a ser quebrado por eles, norte-americanos. Tobey Maguire interpreta o “herói” que sofre de crises psicológicas e que não con

Mogli - O Menino Lobo (2016) | Nasce um jovem clássico

The Jungle Book (EUA) A Disney vem buscando perpetuar seu domínio das animações ao readaptá-las para live-action , isso aconteceu com  Cinderela , Alice no País das Maravilhas e Malévola . Com as obras clássicas ganhando domínio público, outros estúdios não perdem a chance de lucrar readaptando também, como a Warner Brothers fez com Peter Pan e fará com A Lenda de Tarzan , que será lançado ainda esse ano. Agora, com Mogli – O Menino Lobo, a Disney traz um clássico que é de deixar qualquer adulto ou criança de boca aberta. Com a responsabilidade de fazer um bom trabalho com o último filme que Walt Disney produziu antes de sua morte, Jon Favreau parece estar à vontade ao mostrar uma direção equilibrada que valoriza todo espetáculo visual do filme. A trama, apesar de mais intensa, respeita o filme clássico de 1967, e nos dá boas fundamentações para seus personagens e bons desfechos para algumas falhas que existem no original. Ainda, a crítica social do filme enfatiza que

O Caçador e a Rainha do Gelo (2016) | Um conto de fadas repleto de ação

The Huntsman: Winter's War (EUA) Era uma vez Ravenna, uma rainha poderosa e maléfica cujo único desejo era possuir ainda mais poderes e se tornar a soberana de todas as terras. Sua irmã Freya é completamente diferente. Amável e encantadora, Freya sonha com o verdadeiro amor e acredita fielmente ter encontrado. Após ser testemunha de um ato terrível, Freya se descontrola e acorda um perigoso poder escondido dentro de si. Abandona o castelo que vivia com a irmã e parte com o intuito de criar seu próprio reino.  Temos aqui uma prequel mostrando os acontecimentos que antecedem ‘Branca de Neve e o Caçador’ de 2012 e apresentando a origem do caçador vivido por Chris Hemsworth . Mas, ao mesmo tempo é também uma continuação. O roteiro equilibra os dois pontos e serve bem como princípio e continuidade da história do filme anterior. O tom do filme embora seja mais leve, ainda assim não deixa de ser sombrio o suficiente e até um pouco violento quando é necessário. Se antes q

Ave, César (2016) | Grandes referências em baixa expectativa

Hail, Caesar! (EUA/UK) Ambientado na década de 50, quando a indústria do cinema alimentava sonhos, "Ave, César!" traz como protagonista Eddie Mannix ( Josh Brolin ), uma daquelas figuras que encontramos facilmente até hoje na indústria, mas que nas décadas passadas se faziam mais presentes. Mannix é daqueles homens que trabalhavam resolvendo problemas, desde pequenos detalhes na composição de um cenário até a vigília sobre a vida dos astros mais rebeldes. E, em mais um dia de seu trabalho, ele se depara com o sequestro do grande astro Baird Whitlock ( George Clooney ), que em meio às filmagens do épico "Ave, César!" é sequestrado por um grupo de comunistas. Enquanto resolve a questão do resgate, Mannix também tem que lidar com as dificuldades em encontrar uma saída para a gravidez da estrela DeeAnna Moran ( Scarlett Johansson ).  Apesar dos Coen terem afirmado em diversas ocasiões que não se basearam em fatos reais, é impossível não identificar tra

Bronson (2008) | Ultraviolência do mundo real

Bronson (UK) As motivações para a violência são inúmeras, assim como para a inconstância da mente humana. Mas realmente existem motivos para os caras maus serem maus? Ou eles simplesmente são assim por que querem? Bronson , biografia de Michael Peterson , nos convida a adentrar – mas não necessariamente a entender – a mente do prisioneiro considerado o mais violento da Grã-Bretanha. Responsável pela direção, Nicolas Winding Refn executa um ótimo trabalho e faz isso com estilo. A busca por um enquadramento frontal em cenários peculiares, com uma belíssima e contrastante fotografia, que acompanha o ritmo do filme, traz um aspecto de intimidade com o protagonista. Intimidade esta que o roteiro, também escrito por Refn e por Brock Norman Brock , procura acentuar nas cenas em que Bronson ( Tom Hardy ) – “nome de guerra” que o prisioneiro deu a si mesmo –, no ápice de sua megalomania, está num palco narrando sua história para uma plateia. E nós, espectadores, somos a sua plateia

De Onde Eu Te Vejo (2016) | Desfile de clichês agradáveis

Embora muitas vezes não estejamos preparados para o término das fases da vida, o fim de tudo nos rodeia presentemente. É difícil reconhecer e aceitar, porque não estamos preparados para sentir dor, e a sensação que causa, quando existe sentimento envolvido, é a de lança sobre a pele. Embora existam milhares de fórmulas que ensinam como enfrentar o luto pós-término, a dor é a inevitável parte necessária da vida. O luto passa por algumas fases que vão da negação, seguida pela raiva até chegar na aceitação, quando juntamos os cacos do que sobrou, jogamos fora e partimos novamente para a vida. E é justamente sobre esse drama da separação que "De Onde Te Vejo"  trata. Quando conhecemos Ana Lúcia ( Denise Fraga ) e Fábio ( Domingos Montagner ), entendemos que apesar de se separarem em comum acordo, eles não conseguem fugir das fases que remetem à separação. Estiveram juntos por 20 anos, têm uma filha que está prestes a ir para a faculdade e parecem dispostos a refazer a vid

Rua Cloverfield, 10 (2016) | Onde vivem os monstros?

10 Cloverfield Lane (EUA) Depois de sofrer um acidente de carro, Michelle ( Mary Elizabeth Winstead ) acorda presa numa espécie de bunker e descobre que foi salva pelo enigmático Howard ( John Goodman ) que lhe diz que o mundo que conhecia não é mais o mesmo desde que sofreu um grande ataque supostamente nuclear.  Com o passar do tempo, Michelle começa a suspeitar que nem tudo parece ser verdade e busca uma maneira de descobrir o que de fato está havendo. ‘Rua Cloverfield, 10’ é uma espécie de derivado de ‘Cloverfield- Monstro’ de 2008, mas ao mesmo tempo se trata de um filme completamente diferente em todos os aspectos.  É um suspense psicológico que é construído aos poucos até alcançar um tom elevado de tensão dentro do bunker onde estão confinados Michelle, Howard e Emmett ( John Gallagher Jr ) outro sobrevivente da catástrofe.  A grande preocupação aqui, ao contrário do filme anterior, não é com monstros destruindo tudo. O roteiro se desenvolve em cima do clima

Invasão a Londres (2016) | O Exército de um homem só

London Has Fallen (EUA) Durante o funeral do primeiro ministro britânico, um grupo terrorista fortemente armado prepara um ataque contra os líderes das maiores potências mundiais. No meio do fogo cruzado está Mike Banning ( Gerard Butler ), responsável pela segurança pessoal do presidente dos Estados Unidos ( Aaron Eckhart ). Cabe a Banning pôr um fim nessa onda de terror e proteger o presidente a qualquer custo. ‘Invasão a Londres’ segue aquela cartilha dos filmes B de ação anos 80 e 90, ou seja, é um filme cujo objetivo único e exclusivo é divertir. Não procure coerências, não espere tramas complexas com reviravoltas engenhosas ou qualquer coisa assim. Mike Banning parece ser uma mistura de personagens como Casey Ryback, Matt Hunter e John Matrix. Se ao ler esses nomes você deu um sorriso e se você gostou de ‘Invasão a Casa Branca’ então certamente vai gostar dessa continuação. O roteiro não está preocupado em desenvolver o lado dramático dos personagens. A cada 15