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Mostrando postagens de outubro, 2017

Pedro Vasconcelos: "Você pode ser feliz sendo quem você é"

Dona Flor e Seus Dois Maridos está de volta. Depois de um hiato de mais de 40 anos sem adaptações cinematográficas do romance de Jorge Amado , Pedro Vasconcelos dirige uma nova versão, protagonizada por Juliana Paes .  Pedro nos contou como foi o processo de adaptação do livro, os seus desafios como diretor e dos próximos projetos. O filme estreia na próxima quinta-feira, 2. Confira a entrevista.   Quarto Ato: Como você foi se envolver com a obra Dona Flor e Seus Dois Maridos? Pedro Vasconcelos: Na verdade, tudo começou quando resolvemos contar essa história no teatro. Então nós fizemos uma montagem, que estreou em 2007 e rodou o país. Inclusive, a peça veio para Fortaleza umas quatro vezes. E a partir daquilo, daquele específico trabalho no teatro, achamos que poderíamos chegar a um filme para mergulhar mais ainda nessa obra. A história é maravilhosa. História de Dona Flor, que o conhece o seu marido, que morre, e depois se relaciona com outro, ressuscita, volta e u

O Médico e o Monstro (1886) | O terror psicológico como nunca houve

Assuntos que se relacionam à natureza humana e que abordam o psicológico, por mais contemporâneos que às vezes possam parecer, principalmente em diversos livros e filmes de lançamento recente (como no livro “ Objetos Cortantes ”, de 2015, ou no filme “ Fragmentado ”, de 2017), são temas que datam de séculos passados. Em 1886, por exemplo, o inglês Robert Louis Stevenson lançava “O Médico e o Monstro” , um dos livros de terror mais cultuados de todos os tempos. De forma rápida e com poucos detalhes, somos apresentados por meio da ilustre narração do advogado Sr. Utterson à misteriosa relação entre Dr. Henry Jekyll, médico respeitado e de renome, e Mr. Edward Hyde, homem deformado que “surge” em Londres e que começa a causar suspeitas por seu comportamento agressivo e por desaparecer tão rápido quanto aparece. A trama tem início quando o advogado descobre que o médico, sem motivo aparente ou lógico, coloca o nome de Mr. Hyde em seu testamento. Quando questionado sobre o assun

Stranger Things – 2ª Temporada (2017) | Seriado volta explorando uma de suas principais forças

Quando Stranger Things estreou há pouco mais de um ano, a comoção geral sobre a série girava em um torno de basicamente um aspecto: as homenagens à cultura da década de 80, não só pelos pôsteres de filmes e bandas expostos, mas sobretudo pelas referências estéticas na direção e no som. Agora, com uma base de fãs já estabelecida, a segunda temporada entregue pela Netflix confia totalmente em seus personagens para contar uma nova história. Não que as referências oitentistas dos criadores Matt e Ross Duffer tenham sido abandonadas: elas ainda podem ser vistas aos montes, até mesmo nos materiais de divulgação. A forma, porém, não é desprovida de conteúdo, pois o seriado entende que, depois de um ano (o gap também ocorre no enredo), estamos ansiosos para saber o que mudou na vida dos habitantes de Hawkins e como os eventos passados afetaram a vida daqueles envolvidos. É proveitosa, por exemplo, a exploração de Will ( Noah Schnapp ), que, antes desaparecido, só agora pôde mostrar

Dona Flor e Seus Dois Maridos (2017) | O cinema literal

Adaptar uma obra com mais de 50 anos é um grande desafio para todos os envolvidos no projeto do filme. É indiscutível a genialidade do autor que faz sua história se renovar por tantos tempo. Após 40 anos desde a última adaptação às telonas, Pedro Vasconcelos dirige e roteiriza a sua leitura de Dona Flor e Seus Dois Maridos  para os cinemas. De fato, uma leitura – quase literal.  O diretor já tem intimidade com o livro. Trabalhou com ele nos teatros por muito tempo, se sentindo bastante à vontade para fazer o mesmo no cinema. O resultado disso é que o filme todo tem uma direção teatral, desde a escolha dos planos, em ambientes limitados, até a condução dos atores. Os diálogos, que pareciam ser cópia das páginas do livro, não ficam naturais como deveriam. O uso da narração em momentos pontuais da trama poderia ser substituído por desenvolvimento de personagem de forma mais sutil.  O grande trunfo de Dona Flor e Seus Dois Maridos é o elenco, o qual conseguiu compreender o sub

Juliana Paes: "Eu fiquei muito livre para criar minha própria Dona Flor"

Na última terça-feira, 24, Juliana Paes , Marcelo Faria e Pedro Vasconcelos desembarcaram em Fortaleza, Ceará, para a divulgação do filme Dona Flor e Seus Dois Maridos , que tem estreia marcada para a próxima quinta-feira, 2 de novembro. O Quarto Ato já conferiu o filme e conversou com a atriz e protagonista, Juliana Paes. Dona Flor e Seus Dois Maridos é a segunda adaptação do livro de Jorge Amado para os cinemas. A história é sobre a professora de culinária, Dona Flor, que se encontra dividida entre dois amores: seu atual esposo Dr. Teodoro e o falecido marido Vadinho. Confira a entrevista concedida por Juliana Paes, na qual ela fala um pouco sobre a sua atuação como Dona Flor. Quarto Ato: Juliana, como você faz para trabalhar no cinema e na televisão ao mesmo tempo? Você divide o tempo ou faz simultaneamente?  Juliana Paes: Simultaneamente é impossível. Quando você está  fazendo novela, não sobra tempo para uma carga horária com diária de cinema. Então, na ver

5 clássicos de terror para ler e dormir de luz acesa

Um susto ou outro não faz mal à ninguém. E para comemorar o dia das bruxas, nosso querido halloween , que tal ler algum desses clássicos do terror? Mas esteja avisado: se prepare para ao menos dormir de luz acesa.  1. "Drácula" de Bram Stoker - O Clássico dos Clássicos Um clássico de terror, o romance de ficção gótico escrito em 1897 traz o vampiro mais conhecido da literatura e a base para o que conhecemos hoje em temas vampirescos: Conde Drácula. Relatado por meio de cartas e diários de bordo, a história tem seu início quando um advogado visita uma grandiosa mansão na Transilvânia e percebe a verdade sobre seu anfitrião. Essa visita desencadeia outras histórias e descobertas sobre os jogos mentais do vampiro mais perigoso da região.  2. "Horror em Amytville" de Jay Anson - O inimigo mora ao lado, ou mais perto do que você imagina Os fãs daquela frase "baseado em fatos reais" irão morder os lábios para o clássico de Jay Anson. Quando a F

Thor: Ragnarok (2017) | Marvel finaliza o ano com mais um filme que se destaca

O maior serviço de Thor: Ragnarok foi continuar a inovar o gênero. Existem aqueles sérios, como Logan e Batman: O Cavaleiro das Trevas , enquanto que há outros com inúmeros toques de comédia, como o recente Homem-Aranha: De Volta ao Lar e Os Guardiões da Galáxia . Ragnarok , por outro lado, não se esconde. Ele é uma comédia e aceita desse fato para divertir todos os públicos. Os Vingadores , por exemplo, é um filme de ação com humor. Já o último filme do Thor é um filme de humor com ação. + Logan (2017) | Os Brutos também amam + Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017) | Humor jovem e frescor adolescente +  Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017) | Criando laços mais íntimos O vínculo com o gênero de super-herói, no entanto, é a violência. Existem personagens aqui que são mortos com uma gravidade maléfica, e que oferecem à vilã, Hela, mais imponência. Cate Blanchett , em vista disto, se diverte tanto quanto os outros atores do filme. Os seus modos de falar e se movimentar garan

Mindhunter - 1ª Temporada (2017) | Um mergulho desafiador na mente de serial killers

Falar da psique humana traz, ao mesmo tempo, um desafio e um potencial, afinal um órgão como o cérebro propõe estudos tão complexos quanto. A nova série produzida por David Fincher com a Netflix (depois de House of Cards ), Mindhunter , mergulha no estudo de dois agentes do FBI, com a ajuda de uma doutora em psicologia, sobre o comportamento e as motivações de assassinos em série em 77, com o objetivo de traçar seus perfis psicológicos, impedir e solucionar futuros casos. Apesar de retratar a dupla de policial veterano e policial jovem, não cai no clichê de outros produtos procedurais que abordam essa temática. É muito interessante como a trama é construída sobre o conceito de motivo. Começa com a mudança da lógica criminal devido ao aumento desses assassinos sem um motivo aparente. Os motivos dos agentes Holden Ford ( Jonathan Groff ), Bill Tench ( Holt McCallany ) e da  Dra. Wendy Carr ( Anna Torv ) se envolverem nessa pesquisa, de cada assassino revelar ou omitir em suas res

1922 (2017) | Quando a culpa se transforma em terror

O sentimento de culpa pode ser algo destrutivo: a impossibilidade de voltar atrás em uma ação faz nascer um espaço angustiante entre a forma como agimos e aquilo que achamos que deveríamos ter feito. Em 1922 , drama da Netflix baseado em uma história de Stephen King , tal espaço é explorado por meio da extrapolação de consequências geradas pelo ato criador da culpa, tomando o terror psicológico como forte aliado. Crítica: 1922 (2017) Quando a culpa se transforma em terror Por isso, o longa, dirigido e escrito por Zak Hilditch é, substancialmente, um estudo de personagem. A história, narrada em primeira pessoa para reforçar a ideia de confissão, segue Wilfred James ( Thomas Jane ), um fazendeiro que, no ano de 1922, decide assassinar a própria esposa, Arlette ( Molly Parker ), quando esta resolve vender as terras herdadas do pai para viver na cidade e levar consigo o filho adolescente do casal, Henry ( Dilan Schmid ). É sintomático que o filme decida usar o crime não com

Doentes de Amor (2017) | Um pouco mais do que simples romance de drama

Quando o filme Doentes de amor  começou, eu só tinha uma certeza: estava prestes a assistir a uma comédia romântica. Iria soltar uma ou duas risadas e escrever mais uma crítica sobre uma fórmula já usada e abusada na indústria cinematográfica. Entretanto, não só fui completamente enganada pelo título - incrivelmente mal traduzido -, pelo pôster e pela minha própria expectativa, como o filme não poderia se distanciar mais do gênero que jurava que estava classificado. Doentes de amor , do diretor Michael Showalter , foi uma grande e boa surpresa, que pecou em pouco explorar temas com grande potencial, mas ganhou ponto pelo bom trabalho da temática escolhida e, bom, por quase todo o resto.  Baseado em história verdadeira de Kumail Nanjiani e Emily Gordon , creditados como os roteiristas do filme, o longa narra a conturbada trajetória de Kumail (interpretado pelo protagonista da história verdadeira) e Emily ( Zoe Kazan ), que se conhecem de maneira espontânea e começam a escrever

Podcast Primeira Sessão #12: Especial Revivendo a Infância

Outubro é mês das crianças e o Primeira Sessão, podcast do Quarto Ato, está se sentindo nostálgico! Nessa edição, revivemos as obras que marcaram nossa infância (e talvez também a sua) e comentamos sobre elas, em um divertido desafio de relembrança, indo de filmes da Disney àqueles que só poderíamos ter visto depois de adultos (mas vimos mesmo assim). E o melhor de tudo é que criança paga meia-entrada, então vem!  Podcast Primeira Sessão #12: Especial Revivendo a Infância Participam: Lucas Jansen, Arthur Gadelha, Vitória Salviano, Clara de Castro, Kevin Alencar e altas doses de saudade. Não esqueça de assinar o nosso feed no iTunes ou no seu aplicativo de podcast favorito!

Além da Morte (2017) | Mescla de gêneros não decola remake

Em 1990, Linha Mortal trouxe Julia Roberts em uma trama envolvendo suspense sobrenatural e experiências médicas. Esquecido pelo tempo, apesar de cultuado por alguns espectadores, o longa-metragem chega sob forma de remake em Além da Morte (2017), nova produção distribuída pela Sony Pictures e dirigida por Niels Arden Oplevo (da ótima série de TV Mr. Robot ). Com um elenco encabeçado por Ellen Page , Diego Luna e Nina Dobrev , o público é (re)introduzido a um time de estudantes de medicina cuja curiosidade pelo pós-morte os encoraja a realizar um arriscado experimento: utilizando procedimentos clínicos, eles organizam um esquema de “morte e ressuscitação”, para registrar os efeitos cerebrais e tudo o que “veem” antes de chegar completamente ao óbito. O que é inicialmente atrativo, pelo caráter inovador de estar “face a face” com a morte, acaba deixando sequelas assustadoras em todos os participantes da experiência. Crítica:  Além da Morte (2017) Mescla de gêneros não deco

First They Killed My Father (2017) | O caos aos olhos de uma criança

A poesia em desejos, esperanças e ingenuidades impressa no ponto de vista de uma criança no meio do caos de uma guerra. Toda essa subjetividade transborda através do trabalho cheio de sensibilidade de todos os envolvidos com a obra. A direção de Angelina Jolie é bastante segura e sensitiva, digna de uma mulher de um talento artístico impecável que já viajou para diversos locais do mundo e presenciou vários tipos de injustiças sociais. De forma geral, ora nos sentimos na pele da protagonista, uma criança que enfrenta em seu país um regime comunista tendo que fazer tudo para sobreviver, ora assistimos suas aflições torturantes.  Crítica: First They Killed My Father (2017) O caos aos olhos de uma criança O simbolismo nos sonhos da criança é constante em todo o filme, amparado por uma direção de arte fabulosa, que se expõe de diversas formas e em ocasiões diferentes, dissertando os medos e desejos da criança. Essa subjetividade vai de pessoas fantasiadas de monstros que expulsa

Podcast Primeira Sessão #11 - Blade Runner 2049

Blade Runner , o clássico cult de Ridley Scott , ganhou uma aguardada (e temida) continuação. Claro que o Primeira Sessão, podcast do Quarto Ato, não poderia deixar isso passar. Podcast Primeira Sessão #11 -  Blade Runner 2049 Falamos sobre a expansão do universo estabelecido pelo primeiro filme e tudo o que vimos em Blade Runner 2049 , sob direção de Denis Villeneuve . Valeu a pena esperar? Vem descobrir, porque, mesmo com o mundo decadente, aqui todo mundo continua pagando meia-entrada! + Crítica: Blade Runner 2049 (2017) | O novo êxito do biônico sensível Participam dessa edição: Lucas Jansen , Gabriel Amora , Natália Coelho , Jordi Cruz Ferreira, Kevin Alencar e uma pergunta fundamental sobre a natureza humana.

A Morte Te Dá Parabéns (2017) | A Ilusão do Mistério

É engraçado como a indústria americana enxerga na repetição um elemento de atração, de tornar a ficção “mística” por um roteiro escrito em “níveis” genéricos de imersão. Em A Morte Te Dá Parabéns , Tree vive o dia do seu aniversário várias vezes porque é sempre assassinada ao fim da noite por um alguém mascarado (que parece ter saído de Uma Noite de Crime , 2013). A missão, lógico, é descobrir quem teria razões para isso. E se já na abertura, com a vinheta “estilizada” da Universal Pictures, vem à mente Contra o Tempo (2011), não demora muito para reconhecer que ambos caem na mesma armadilha embora climaticamente distintos. Crítica: A Morte Te Dá Parabéns (2017) A Ilusão do Mistério O roteirista/quadrinista Scott Lobdell , conhecido por episódios da série animada de X-Men na década de 90, investe muito para que essa narrativa engessada pareça algo além do gênero firmado na mediocridade - aí as tentativas de entregar sequências de humor que ora só espelham um ambiente vindo