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Mostrando postagens de setembro, 2017

Piloto: Young Sheldon (2017) | O Desafio

A aguardada série focada na infância de Sheldon Cooper estreou nessa segunda-feira (24). O percursor desse projeto foi o próprio Jim Parsons , que interpreta o personagem adulto em The Big Bang Theory . Com mesmos criadores, Chuck Lorre e Steven Molaro , a proposta de Young Sheldon é simples: contar a história de um menino de apenas 9 anos que, por ser tão inteligente, já está começando a cursar o ensino médio.  Piloto: Young Sheldon (2017) O Desafio Por ter Síndrome de Asperger, além do seu jeito diferente, que incluem sua incapacidade de entender sarcasmo, dificuldade de interação social e, obviamente, sua imensa inteligência, Sheldon conquistou o público com sua vida adulta em The Big Bang Theory , e não poderia ser diferente em sua infância, sendo interpretado por Iain Armitage .  Desde que saiu a confirmação da série pela CBS , muita especulação e preocupação em virtude da atuação do jovem ator Iain foi feita. Por ter que reinterpretar um personagem bem conhecid

Kingsman: O Círculo Dourado (2017) | Segunda dose de diversão

Diferentemente dos filmes de ação da última década, Kingsman: Serviço Secreto   (2015) chamou atenção do público com uma ação frenética e estilizada, humor na medida e um elenco de peso. O sucesso de bilheteria não deixou a Fox tardar em trabalhar na sua sequência. Agora, Kingsman: O Círculo Dourado se apropria da mesma fórmula do primeiro e perde parte daquela ousadia que outrora nos extasiou. + Kingsman (2015) | Ação jovem e inteligente Matthew Vaughn , que comandou o antecessor da  obra, demonstra estar novamente muito à vontade, mesmo sendo seu primeiro trabalho com sequência. O roteiro (também de autoria de Vaughn) casa perfeitamente com sua filmagem, sobretudo nas cenas de ação, o que prende o público à tela. Todos atributos técnicos cinematográficos são executados com classe e propriedade: montagem ritmada, trilha sonora nas alturas, coreografias e estudo de cena são características que o diretor já mostrou entender e ter a perspicácia para trabalhar no filme.

Darren Aronofsky e a utopia estética!

Pensei imediatamente em Ornitólogo , de João Pedro Rodrigues, quando saí da sessão de mãe! (de Darren Aronofsky). Isso porque em seus filmes mais recentes, ambos mascaram os “fetiches” religiosos como uma provocação aos símbolos que necessariamente existem em seus receptores. João Pedro fala de uma liberdade em mutação que ainda não existe na igreja como instituição, enquanto Aronofsky a observa como está e quer falar do mundo, mediar a humanidade ao que seria responsável por criar: o caos, o apocalipse – sabe essa tensão aí do Trump com a Coreia? Exatamente. Eu, na minha casa escrevendo esse texto, também sou culpado por ela .  Em  mãe! , porém, existem insistências para além da profecia que desvalorizam a mensagem. Jennifer Lawrence, a mãe sem nome, é bombardeada desde o início pelas “visitas” não convidadas e como solução imediata, é preciso martelar por horas que o seu lugar é de incômodo, de desconhecimento, e a ausência de ação passa a sucatear a ferramenta . Quando pela

O Nevoeiro - 1ª Temporada (2017) | Inconsistência que vai além do título

Por vezes, obras totalmente problemáticas podem incomodar menos do que aquelas de potencial mal aproveitado e cuja premissa, apesar de provocante, jamais é completamente valorizada. Nestes últimos casos, o gosto ruim na boca pode ser muito mais forte. É justamente nesse espectro que se encontra O Nevoeiro , adaptação do canal Spike (com distribuição da Netflix) do conto de mesmo nome do autor norte-americano Stephen King . Crítica: O Nevoeiro - 1ª Temporada (2017) Inconsistência que vai além do título A história de moradores de Bridgeville, Maine, que se veem diante de uma misteriosa e densa névoa, responsável pela morte de quem se manter em contato com ela, traz possibilidades que não são novas. Substitua o nevoeiro por mortos-vivos ou por uma nevasca e você terá a tônica do questionável The Walking Dead (2010) e do bom Os Oito Odiados (2016), guardadas as óbvias e devidas proporções. Essa, portanto, é uma história sobre humanos colocados em situações extremas e sobre as

Gaga: Five Foot Two (2017) | Alguém por trás de Lady Gaga?

Essa semana, ouvi uma discussão que questionava se Lady Gaga seria lembrada daqui a 500 anos, como se pressupõe que Michael Jackson e Madonna serão. Não é uma questão que depende de qualidade ou de gosto pessoal, mas de uma visão macroscópica do impacto que a artista incide diante as incontáveis mutações pelas quais passou desde 2008 – e pensando bem, faz pouco tempo que “Just Dance” emplacou nas paradas mundiais enquanto a artista tinha pouco mais de 20 anos. Ainda não podemos concluir nada quanto a isso, mas o documentário de Chris Moukarbel , feito por encomenda da Netflix, explicita de modo limpíssimo a própria pretensão em contribuir de qualquer forma a essa projeção. Quem é essa mulher que se veste até de carne? Quem é essa mulher que canta pop, jazz e "country"?  Crítica: Gaga: Five Foot Two (2017)  Alguém por trás de Lady Gaga? Durante pouco mais de 90 minutos, Chris não está tão interessado em respostas ousadas em torno da megalomania que Gaga repr

Podcast Primeira Sessão #08: BoJack Horseman - Filosofia e T4

O que Nietzsche e Sartre têm a ver com um cavalo depressivo de desenho animado? Vem descobrir em mais um Primeira Sessão, o podcast do Quarto Ato! Podcast Primeira Sessão: BoJack Horseman - Filosofia e T4 Participam dessa edição: Lucas Jansen, Clara de Castro, Kevin Alencar e um porre de whiskey (e outras coisas mais). + Crítica: Bojack Horseman - 4ª Temporada (2017) | Melancolia agridoce Falamos sobre a filosofia que envolve BoJack Horseman , série da Netflix criada por Raphael Bob-Waksberg e ilustrada por Lisa Hanawalt . Também comentamos sobre o que vimos na quarta e mais recente temporada. Mas, com discussões existencialistas ou não, todo mundo continua pagando meia-entrada! Links citados no programa: Lisa Hanawalt fala sobre o que a levou a desenhar BoJack Horseman

Mãe! (2017) | O apocalipse é o agora

Vaias e aplausos: essas foram as primeiras reações ao novo filme de Darren Aronofsky . Essa é uma das principais evidências de que Mãe! não é passível de indiferença do público. Ele vai te fazer pensar e querer formar uma opinião sobre. Mas nada de imediatismo. O que o diretor propõe em seu longa é tão intenso, que são necessárias algumas horas – ou dias – para digerir o que foi visto. Por isso, não espere que essa crítica seja definitiva. Mãe! é, certamente, um filme para se extrair algo novo toda vez que for assistido. Aronofsky não é tímido em externar as suas referências e inspirações. Mãe! possui elementos em sua narrativa que lembram propositalmente o terror de Roman Polanski , O Bebê de Rosemary (1969). A mulher que presta o seu papel social de esposa atenciosa, os vizinhos intrusos, o confinamento e o mistério são alguns desses elementos em comum. Não à toa, o pôster de divulgação homenageou o clássico. Porém, mais do que isso, o diretor (e também roteirista) se bas

Mozart in the Jungle: o renascimento da música erudita

Mozart in the Jungle, que estreou em 2014 pelo serviço streaming da Amazon, foi inspirada na obra literária “Mozart in the Jungle: Sex, Drugs, and Classical Music” da oboísta norte-americana Blair Tindell.  A vencedora do Globo de Ouro em 2016, como melhor série de comédia e melhor ator para Gael García Bernal chegou com o intuito claro de mostrar o que está além das aparências. As grandes orquestras sinfônicas representam a sofisticação e perfeição da criação musical, algo que cria uma imagem imponente e respeitosa, logo que é aí que Mozart in the Jungle vem para desconstruir essa imagem. A série parte justamente do ponto da tagline “sexo, drogas e música clássica”, mostrando a sujeira por trás da arte, aparentemente tão limpa e respeitosa. E através de seus excêntricos integrantes da fictícia orquestra sinfônica novaiorquina, podemos conhecer e desvendar, por assim dizer, aquilo que os olhos dos expectadores não conseguem enxergar assistindo a um concerto.  Sob a alcunha

Bojack Horseman - 4ª Temporada (2017) | Melancolia agridoce

Como uma das primeiras séries originais Netflix, BoJack Horseman sempre se mostrou ir muito além do humor, já que trouxe discussões importantes sobre a atualidade. Após o hiato de um ano, a animação retorna mostrando que, apesar de todas as dificuldades da vida, devemos buscar ser melhores. Depois do enterro de Sara Lynn no final da terceira temporada, BoJack quase comete suicídio, mas é interrompido por algo completamente diferente de sua realidade em “Hollywood”. E, mais uma vez, após uma série de erros e decepções, Bojack decide se afastar de tudo e de todos para tentar encontrar uma forma melhor de viver consigo, o que é um artifício já utilizado na trama. Durante o afastamento do protagonista, o seriado acerta ao abordar de formas mais profundas os seus coadjuvantes. Sr. Peanutbutter está concorrendo como governador da Califórnia, o que acaba fazendo um paralelo ao cenário político americano e que traz situações bastante incomuns e engraçadas – apesar da referência clar

Podcast Primeira Sessão #07: IT - A Coisa

Pennywise está entre nós! E o Primeira Sessão, podcast do Quarto Ato, chegou para finalmente falar sobre It - A Coisa , filme de Andy Muschietti adaptado da obra de Stephen King . + It - A Coisa (2017) | Engajante, antes de mais nada. Bem interpretado, acima de tudo Participam dessa edição: Lucas Jansen, Gabriel Amora, Jordi Cruz Ferreira, Clara de Castro, Kevin Alencar e uma referência aos anos 80. Podcast Primeira Sessão #07: IT - A Coisa Estamos diante de uma obra que vai virar um clássico do terror? Vem descobrir, porque, mesmo com palhaço devorador de crianças, todo mundo continua pagando meia-entrada. Assine o nosso feed e não perca nenhum episódio. Estamos no iTunes e em qualquer aplicativo de podcasts de sua preferência.

"Bingo: O Rei das Manhãs" é escolhido como representante ao Oscar 2018

O filme de estreia de Daniel Rezende na direção, Bingo: O Rei das Manhãs foi selecionado para concorrer a uma vaga na lista de Melhor Filme Estrangeiro no Oscar em 2018, premiação organizada pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.  + Crítica - Bingo: O Rei das Manhãs | Daniel Rezende estreia o cargo de direção com sabedoria invejável O filme foi selecionado por uma comissão administrada pela Academia Brasileira de Cinema, diferente dos anos passados em que era formada pelo próprio Ministério da Cultura, e concorreu com outros 22 filmes nacionais. Dentre eles, Como Nossos Pais , de Laís Bodanzsky que continua em cartaz nos cinemas brasileiros, Corpo Elétrico , de Marcelo Caetano , o premiado Elis , de Hugo Prata , e os sucessos de bilheteria Divinas Divas , de Leandra Leal e O Filme da Minha Vida , de Selton Mello .  + Crítica: Como Nossos Pais |  As Filhas Mães + Crítica: O Filme da Minha Vida: Contemplando o passado + Crítica: Corpo Elétrico | O

Violência Gratuita (2007) | Sádico, desconfortante, mas com potencial

[Várias tentativas. Fecha computador, abre computador, escreve, apaga, edita. Escrever o texto foi difícil, mas começá-lo foi quase impossível] A audácia de Michael Haneke (diretor austríaco conhecido por filmes como “Caché” [2005], “A Fita Branca” [2009] e por ter ganho o Oscar em Melhor Filme Estrangeiro por "Amor" , em 2013) de redigir o roteiro e dirigir o filme “Violência Gratuita” (1997) já traz polêmica desde seu título ( “Funny Games” , ou " Jogos Divertidos ", em tradução livre) até sua temática, que demonstra cenas de violências que ultrapassam os limites da racionalidade. Entretanto, Haneke foi ainda mais longe ao dirigir, 10 anos depois, uma co-produção norte-americana do longa. Com cenas idênticas, diálogos similares, muita coragem e até quase a mesma duração, o diretor arriscou banalizar a obra ao realizar a refilmagem de um filme de sua própria autoria. “Violência Gratuita” (2007) traz diversas discussões e comparações, principalmente pel

A Noite dos Mortos Vivos (1968) | O primeiro passo para uma horda de zumbis fãs

O pai de um elemento extremamente significativo, que marca a geração de uma cultura pop do final do século XX e começo do XXI, iniciou o seu legado no final da década de 60, através do filme The Night of the Living Dead (A Noite dos Mortos Vivos, 1968). Até então, não tínhamos – de forma consolidada - os “zumbis” como elemento fantástico do terror, tampouco um filme que retratasse a dinamicidade de um universo caótico criado por eles. Com o roteiro e direção de George A. Romero , o filme já se inicia de forma intensa, sem a necessidade de uma maturação da ideia desse novo ambiente caótico fantástico. Para o público da época, o filme tinha um ritmo fervilhante, com momentos de suspense e ação trabalhados de forma intrigante. Todavia, para o público do século XXI, certas coisas parecem confusas, como “até onde vai a inteligência de um zumbi?”, uma vez que o mesmo, para atacar uma mulher dentro de um carro, busca um objeto para auxílio. Acontece que, nessa época, certas ideias de

Os Guardiões (2017) | Vingadores Russo?

Há pouco mais de um ano, era divulgado o trailer do novo filme de super-heróis a ser lançado em 2017. Não era Marvel, não era DC, tampouco Fox ou Sony. Os Guardiões , filme russo do gênero, causou tanto entusiasmo e falatório nas redes sociais que foi carinhosamente apelidado de “ Os   Vingadores Russ o”. De fato, o apelido até faria sentido, se Os Guardiões se assumisse como sátira do maior sucesso da Marvel. Na verdade, o principal fator que diferencia Os Guardiões de uma real sátira é porque ele se leva a sério até demais. Com uma narrativa forçada de Andrey Gavrilov somada à direç ão nada original de Sarik Andreasyan , o filme encontra soluções tolas para justificar os acontecimentos. Em menos de 10 minutos, vemos os heróis do grupo sofrerem as experiências genéticas e, duas sequências seguintes, um general russo em uma reunião relatando tudo que é preciso saber para acompanhar a história, graças à incompetência do roteiro em desenvolver uma trama e seus personagens. Por

Os Donos da Noite (2007) | O drama familiar descoberto na máfia novamente

Enquanto que José Padilha ganhava forças em seu exercício de mostrar um Brasil caótico, fascista e pitoresco, James Gray apresentava, em seu terceiro filme, um clichê que, mesmo sendo óbvio, se distancia das outras obras policiais verborrágicas do século. Gray, assim como Padilha, filma sem firulas. A sua câmera não se movimenta como se procurasse ser revolucionário e nem a edição se manifesta como se buscasse destaque. A história e os seus personagens são mais críveis em Os Donos da Noite , de 2007. O universo, construído pelo roteiro, mostra um gênero enterrado prematuramente na década de 1980. O famoso filme de máfia, com um clima de O Poderoso Chefão , se desenvolve no instante em que o Capitão Joseph leva um tiro, cabendo ao seu irmão, Bobby, voltar para a família e resolver o caso, logo que teve influência no crime e tráfico da cidade. A obra encontra espaço, como de costume nos filmes de Gray, para falar sobre família. Assim como aconteceu com Amantes , 2008, e Z –

Narcos - 3ª Temporada (2017) | Além de Escobar

A terceira temporada de Narcos precisava responder se conseguiria manter a qualidade sem a presença de Pablo Escobar ( Wagner Moura ) na tela. Agora com foco nos lideres do Cartel de Cali, Narcos trás uma nova narrativa, que de maneira alguma faz sentir falta do antigo líder do Cartel de Medelin. Agora com a historia sendo descrita pelo agente da DEA, Javier Peña, interpretado pelo ator Pedro Pascal (Game of Thrones), Narcos trás uma narrativa muito mais firme e intensa.  Em contraste a Escolbar, os irmãos Gilberto ( Damián Alcázar ) e Miguel Rodríguez ( Francisco Denis ), Chepe Santacruz Londoño ( Pêpê Rapazote ) e Pacho Herrera ( Alberto Ammann ), são muitos mais ardilosos e metódicos. Os lideres do cartel, além de possuírem empresas legitimas que auxiliam na lavagem do dinheiro do trafico, subornam tudo e todos para se manterem seguros. Além disso, possuem uma equipe de segurança impecável. Dando destaque aqui ao ator Matias Varela , que interpreta Jorge Salcedo, um dos chef