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Mostrando postagens de setembro, 2016

O Lar das Crianças Peculiares (2016) | Só Tim Burton seria capaz disso

Miss Peregrine's Home For Peculiar Children (EUA) Passeando por uma livraria, a capa de “O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças  Peculiares” me chamou atenção. Na contracapa, há um comentário de Tim Burton : “Parece algo que eu teria feito”. E essa impressão é instantânea. O livro traz fotos macabras e um enredo fantástico, embora juvenil, igualmente inquietante. O que me lembrou imediatamente a combinação de tramas de formatos simples com um viés macabro, presente principalmente em “Edward Mãos de Tesoura” , “A Noiva Cadáver” e “Estranho Mundo de Jack” . Não é surpresa perceber que esses mesmos títulos pareçam construir o clima de “O Lar das Crianças Peculiares” , porque, embora não seja um grande filme do gênero, a fantasia que tenta ser inovadora ganha uma personalidade mais densa com a presença de Burton e sua afinidade por tudo que já existe na história de Ransom Riggs . + O Orfanato da Srta. Peregrine pra Crianças Peculiares | Aventura em formato tradicional

O Bebê de Bridget Jones (2016) | O retorno suficiente

Bridget Jones's Baby (EUA) Dentre os méritos da continuação, Renée Zellweger prova que definitivamente é a  personagem-título. O fato da atriz ter se negado a engordar foi aproveitado no roteiro que justifica que, aos 43 anos, a personagem vive seu período mais pleno, tendo chegado ao seu peso certo e aprendido que o mundo não gira em torno do seu amor por Mark. Bem, pelo menos ela tenta e é consciente de que viver ao lado do homem dos seus sonhos talvez não seja a melhor solução para seus problemas de autoconfiança. Seu cenário permanece caótico, e volta e meia ela vive o drama da solidão, já que algumas amigas estão casadas e seu melhor amigo gay resolveu adotar uma criança.  Dirigido mais uma vez por Sharon Maguire , o filme evita a grande reviravolta que todos detestaram no terceiro livro: a morte de Mark. O roteiro dá ênfase a uma história passada num período anterior ao livro lançado em 2014 e que revoltou muitos dos fãs. O que podemos dizer é que o O Bebê de Brid

5 escritores que foram recusados por editoras

Para ter seus livros publicados, diversos autores tiveram que ir à luta com unhas e dentes e aguentar a rejeição de seus originais várias vezes . E não pense que essa situação é exclusiva para autores pouco conhecidos ou originais não-aclamados, pelo o contrário. Muitos autores que hoje alcançaram o sucesso fazem parte desse clube. Pensando nisso, o Quarto Ato trouxe 5 autores renomados que tiveram seus originais recusados (às vezes mais de uma vez) por editoras :  1. J. K. Rowling   Um dos casos mais famosos, a criadora de um dos bruxos mais amados da literatura  nem sempre foi um fenômeno mundial.  No final dos anos 90, a escritora britânica passava por dificuldades financeiras e, antes de se tornar uma das escritoras mais bem pagas de 2007, segundo a revista " Forbes ",  teve o seu livro "Harry Potter e a Pedra Filosofal" recusado doze vezes, até a editora Bloomsbury resolver assumir a obra. Não precisamos dizer que ela provavelmente não se a

Homem Irracional (2015) | A surpresa de uma irracionalidade gratuita

Irrational Man (EUA) Homem Irracional , filme de 2015 dirigido por  Woody Allen , é um trabalho que demonstra que a falta de interesse e/ou esforço na originalidade, roteiro e cinematografia torna a obra em algo irrelevante, o que, infelizmente, de vez em quando impede que um artista mereça aplausos.  O que já é um insulto não enxergar o cineasta como um artista competente. Sua capacidade em lançar um filme por ano é digna de todos os reconhecimentos imagináveis diante de tantas outras produções padronizadas que são lançadas anualmente. Dito isso, é inevitável que em algum momento o cineasta não lançasse um trabalho medíocre. A comédia, no entanto, cresce o imaginário do diretor. O tema que já foi tão bem abordado em trabalhos anteriores, como  Mach Point  e  Crimes e Pecados , se destaca por apresentar um elenco dedicado, o que exibe a boa escolha do diretor em usar os talentos contemporâneos. Joaquin Phoenix , por exemplo, interpreta o protagonista Abe Lucas,

Harry Potter e a Criança Amaldiçoada | Entenda o novo livro de J.K. Rowling

O assunto do momento no mundo dos chamados Potterheads não poderia ser outro: quase dez anos após Harry, Rony e Hermione terem completado sua épica aventura no mundo de magia e bruxaria, a nossa querida J.K. Rowling, em parceria com Jack Thorne e John Tiffany, resolve lançar um novo livro, para a alegria de seus milhões de fãs. Não se assuste, então, caso perceba que a história de um dos trios mais queridos da literatura e do cinema não possui tanto destaque. De certa forma, a jornada de Harry Potter já terminou, abrindo espaço para Alvo Severo Potter, Rosa Granger-Wesley e Escórpio Malfoy. Reconheceu os sobrenomes, certo? A nova aventura é, na verdade, dos filhos dos antigos personagens da J.K., protagonistas dos sete primeiros livro e acontece 19 anos depois dos eventos que finalizaram a trajetória época de Harry Potter, o menino que sobreviveu. A atriz Emma Watson e a Hermione da peça, Noma Dumezweni Da esquerda para a direita, Jamie Parker, Sam Clemmentt e Poppy M

Opinião: "Aquarius" não foi feito para Cannes, muito menos para o Oscar

"Respeito os dois, tanto Cannes quanto o Oscar, mas eu fiz um filme para o Oscar." A frase dita pelo diretor  David Schurmann em entrevista ao jornal O Globo já poderia, por si só, danificar o respeito de sua obra e justificar o susto de termos "Pequeno Segredo" indicado como representante ao Oscar pelo Ministério da Cultura. É impensável que um artista, diante seu imenso respeito à arte e seu compromisso histórico de liberdade, determine tão descaradamente que as limitações impostas à própria construção da obra refletem a um possível molde de premiação estrangeira.  [full_width] Em Hollywood isso é banal. Todo ano, assim que o Oscar chega ao fim surgem fotos e trailers de produções que já estão quase certas para a próxima edição. É, ao mesmo tempo que compreensível, desestimulante imaginar que durante mais de 80 anos, a declarada "maior premiação do cinema mundial" tenha construído um molde, uma "cota" para os traços que mais admira. O

MinC anuncia "Pequeno Segredo" como representante do Brasil ao Oscar 2017

O filme "Pequeno segredo", de David Schurmann, foi indicado pelo Brasil para tentar uma vaga na disputa pelo Oscar de melhor filme em língua estrangeira. Uma comissão do Ministério da Cultura (MinC) fez o anúncio nesta segunda-feira (12), em evento na Cinemateca Brasileira, em São Paulo. Estavam inscritos 16 filmes ao todo. "Aquarius", de Kléber Mendonça Filho, foi um dos preteridos. A seleção final dos concorrentes na categoria ainda será definida pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O anúncio dos indicados à 89ª edição do Oscar está marcado para 24 de janeiro. A cerimônia de premiação acontece em 26 de fevereiro, em Los Angeles, nos Estados Unidos. "Pequeno segredo", que estreia em 22 de setembro, é um longa de ficção baseado em um episódio real ocorrido com a família Schurmann, conhecida por navegar o mundo. A trama se centra na garotinha Kat, filha adotiva de Heloisa e Vilfredo Schurmann. A menina morreu em 2

Mate-Me Por Favor (2015) | Libertação, medo e horror

Mate-me Por Favor (Brasil) O cinema brasileiro vive um momento político admirável; não somente por estar produzindo  filmes com um debate abertamente politizado, mas principalmente por ganhar destaque de público. Diante esse crescente, parece “inviável” olhar para um cinema tão denso quanto “Mate-Me Por Favor” , filho do cinema de gênero (destaque comum no mercado estrangeiro). O que há de mais admirável no longa de estreia (brilhante) da cineasta carioca Anita Rocha da Silveira é que há uma consciência muito clara diante a obra – seu espaço consegue dividir corajosamente seu peso narrativo com o espaço político. Flertando diretamente com o suspense, Anita reformula algumas questões. Traz para a mesma balança relacionamentos adolescentes (e tudo que lhe envolve, no maior estilo ‘Malhação’), suspense psicológico, terror e até mesmo uma breve discussão política. Bia ( Valentina Herszage ) está inserida em um universo rotineiro, tendo que lidar exclusivamente com seus estudos

Star Trek: Sem Fronteiras (2016) | Que esse seja o futuro

Star Trek Beyond (EUA) J.J. Abrams tinha uma missão complicada. Star Wars – O Despertar da Força estava em ativa quando ele foi reposicionado como produtor de Star Trek – Sem Fronteiras , o que garantiu uma tarefa de imensa responsabilidade: encontrar o diretor certo que faça homenagens ao Leonard Nimoy , aos 50 anos da franquia e, é claro, que faça uma obra significante para aqueles que nunca assistiram Jornada nas Estrelas e para os fãs que levam a franquia como religião.  As escolhas do produtor foram preenchidas da maneira mais correta possível. Enquanto o roteiro ficou nas mãos de Simon Pegg , o engenheiro Scotty e nerd de raiz, a direção foi parar em Justin Lin , diretor de sucesso que arrecadou milhões para a franquia Velozes e Furiosos e que sempre foi um apaixonado pela série, já que cresceu consumido o produto ao lado de seu pai, o qual ocasionou vários momentos em família. Com essa roupagem nova e arriscada, o roteiro acerta em desenvolver tudo que pert

Além da Escuridão: Star Trek (2013) | Continuação permanece o charme e competência do original

Star Trek Into Darkness (EUA) Além da Escuridão: Star Trek tem uma proposta muito distinta dos demais filmes da série. O produto, já adorado por muitos logo após a primeira parte lançada em 2009, foi imaginado para transformar a franquia em uma longa e intensa sequência de ação. Isso prejudicou o saldo final, mas, sejamos honestos, é divertido e bem estruturado, principalmente quando se está dentro dos padrões hollywoodianos que são lançados anualmente.  Khan, o vilão  interpretado por Ricardo Montalbán , caiu nas mãos de Benedict Cumberbatch , um dos melhores atores em atividade, com a missão de destruir os propósitos da Enterprise e daqueles que lá habitam. A demanda, obviamente, é frustrada, mas a maneira que o roteiro, lado a lado do ator, abraça esse pânico e tensão conseguem construir um perigo real que encanta tão bem quanto o A Ira de Khan . Consequências dos efeitos sonoros e visuais, os quais criaram um Khan geneticamente modificado e com poderes fora de

Star Trek (2009) | O melhor reboot da história do cinema?

Star Trek (EUA) Depois de diversas séries de televisão (incluindo uma animação) e onze filmes, a franquia  Jornada nas Estrelas  entrou em um limbo já conhecido por eles: o desinteresse dos demais para com o produto. Anos depois do último filme, Nêmesis , Star Trek arriscou pelo temível reboot tão mal utilizado em Hollywood, com a direção de J.J. Abrams , o homem por trás de obras que envolviam mistério e tensão, como Lost e Missão Impossível 3 .  Já em sua nova roupagem para a série, o diretor, que afirmou ser um " Star Wars Guy " inúmeras vezes, optou pela melhor forma de se recriar algo em cima do que já foi estabelecido outrora de modo elegante ao aplicar o conceito tão pertinente com gênero: o universo paralelo, que serve para recontar tramas baseadas na obra original, sem ofender ou apagar o que tinha acontecido durante os longos anos de franquia. Uma preocupação muito bem pensada para os que nunca tinham concebido o interesse de acompanhar os longos

Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida (1991) | O melhor "até logo" que a série podia proporcionar

Star Trek VI: The Undiscovered Country (EUA) Depois de viagens ao desconhecido em busca de Deus, vinganças, perseguições espaciais e resgates de baleias, a franquia com o elenco principal, que já era família desde 1966, enfim, alcançou o seu final consagrado com um dos melhores filmes da série. E o adeus, por mais que seja doloroso, foi feliz. Kirk, Spock, McCoy, Scotty, Uhura e Sulu se despedem de forma digna, em um filme excepcional  de ficção cientifica e poético para os amantes de literatura, já que a obra cita inúmeras vezes Shakespeare , começando pelo título retirado de Hamlet. A Terra Desconhecida , sendo o último, possui tudo que sempre caracterizou (bem) a série. O filme, que tem em sua direção Nicholas Meyer , de A Ira de Khan , traz aqueles planos que fizeram a série nascer clássica, com reviravoltas, assassinatos, fugas, batalhas espaciais, críticas e outros aspectos que tornam o filme em um entretenimento que deu a origem a tantos outros trabalhos bem re

Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira (1989) | Por sorte, não foi o último filme

Star Trek V: The Final Frontier (EUA) Jornada nas Estrelas já passeou por muitos gêneros, diretores, compositores e roteiristas. Depois do sucesso sem escala de Leonard Nimoy , em críticas, público e Oscar, William Shatner assumiu a franquia cinematográfica no quinto e, infelizmente, mais fraco filme da série. A Última Fronteira é divertido até certo ponto. A introdução é agradável, há piadas que causam risos e a música de Jerry Goldsmith é um exemplo de competência. Mas, no momento em que o roteiro começa a se levar a sério, a mão do diretor pesa nas explicações gratuitas com a trama de encontrar o "Deus". Premissa que é muito próxima do primeiro filme, mas que o espectador fica por curiosidade pelo mistério que, com o passar dos minutos, fica óbvio e previsível. O roteiro, seguindo a péssima direção de Shatner, inicia a jornada em uma mistura de ideias, com Mad Max e Star Wars , em que nada é criado de forma dedicada, gerando antipatia pelo trabalho

Aquarius (2016) | Poesia cinematográfica

Aquarius (Brasil) Assistir a Aquarius em Recife tem um gosto especial. No filme, assinado por Kleber Mendonça Filho , estão presentes os trejeitos e força de um povo conhecido por sua resistência, em uma região que foi palco de diversas manifestações iniciadas ainda no período colonial. A mais recente, conhecida como o Movimento Ocupe Estelita, busca salvar um terreno em um local cujos interesses imobiliários tentam derrubar não só prédios antigos, mas também a sua história. Aquarius não fala do movimento especificamente, mas o posicionamento de sua protagonista é um claro vislumbre da raça desse povo que resiste apesar de tudo.   É, de fato,   impossível não ligar a personagem aos recentes acontecimentos de nossa cidade. Clara é uma mulher que venceu o câncer, sobreviveu a todos que amou. Ovacionada em sessão especial neste mesmo Recife, o filme é um sinal de que o cinema nacional vive seus melhores dias. Kleber reconhece o quanto a arquitetura e os prédios retornam volt