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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Big Little Lies S01E01 | A realidade por trás da perfeição

Baseada no livro homônimo de Liane Moriarty (No Brasil: Pequenas Grandes Mentiras), Big Little Lies é a nova aposta da HBO , adaptada para o formato de minissérie com 7 episódios. Com uma trama envolvente em torno de um grande mistério e um elenco de peso, a série sem dúvidas já é o mais novo sucesso do canal, mesmo só tendo lançado ainda um único episódio. A história se passa na cidade de Monterey, na Califórnia, onde conhecemos Madeline Martha Mackenzie ( Reese Witherspoon ) que como ela mesmo se denomina, uma mãe em tempo integral, com duas filhas e casada com Ed. Madeline é aquela mãe totalmente sociável, que faz tudo pela comunidade escolar, buscando uma ocupação na sua vida pacata. Conhecemos também, Jane Chapman ( Shailene Woodley ), mãe solteira do pequeno Ziggy, nova na cidade e contadora. E Celeste Wright ( Nicole Kiddman ) que é uma ex-advogada, que largou sua carreira para cuidar de seus filhos gêmeos. A trama gira em torno de um misterioso assassinato ocorrido em

Logan (2017) | Os Brutos também amam

Logan (EUA) Logo em seus primeiros minutos, James Mangold desenvolve uma atmosfera sombria e, ao mesmo tempo, necessária para o personagem do título. Enquanto os filmes anteriores da franquia X-Men  apresentavam uma tonalidade mais forte e heróis fantásticos que brincavam com a grandiosidade, Logan  se mostra muito mais tímido e inteligente, já que abraça um drama esperado para o último trabalho de Hugh Jackman com as garras.  + X-Men: O Filme (2000) | Virando o jogo + X-Men 2 (2003) | Continuação melhora o seu universo e personagens + X-Men: O Confronto Final (2006) | Fiel em sua proposta Logo em seu primeiro ato, Mangold cria uma nostalgia inspirada na dor. Com referências constantes ao primeiro e segundo filme, de 2000 e 2003, respectivamente, os personagens elevam uma sensação de dores corporais, emocionais e psicológicas, já que o roteiro nos recorda de algumas das aventuras mortais que os heróis passaram. Com isto, Logan e Professor Xavier surgem b

X-Men: O Confronto Final (2006) | Fiel em sua proposta

X-Men: The Last Stand (EUA) Ainda que compreenda o imenso alvoroço em relação ao X-Men: O Confronto Final , dirigido por Brett Ratner , com argumentos interessantes sobre o excesso de personagens e muito drama para pouca ação, não compro o apocalipse plantado no filme. Discussões cinematográficas, como a narrativa e o roteiro são essenciais em qualquer filme, independente de gênero, ainda que em quesito adaptações, o cinema sempre vai ficar atrás do material de origem. Nos basta apreciar as duas mídias.  Dito isto, quando Ratner foi anunciado como o clone de Bryan Singer , a série dos mutantes se distanciou da segurança e unanimidade em quesito qualidade. A comparação é injusta, apesar do trabalho subestimado de Ratner diante da franquia. Desse modo, a terceira parte segue a linha deixada por Singer em 2003 com perfeição, ao utilizar de bons materiais da nona arte, ao trabalhar com uma ligação invejável de ação e drama e, por fim, ao ser elegante com temas tão atuais e as

X-Men 2 (2003) | Continuação melhora o seu universo e personagens

X-Men 2 (EUA) Em determinado momento da sequência, a mãe de   Homem de Gelo   pergunta se é possível deixar de ser um mutante, algo que é perfeitamente bem pensado para ser substituído por outro termo que indique alguma minoria, como por exemplo: gay. E essa é a diferença deste roteiro para outros filmes pertencentes ao subgênero. O subtexto se desenrola de uma forma ambiciosa ao falar de intolerância, preconceito, medo e dor. Um mérito irretocável e corajoso de Bryan Singer . O roteiro, além de trabalhar com temas importantes e anacrônicos, exibe um dinamismo ao criar personalidades e ao abraçar todos os personagens quando revela um desenvolvimento justo para cada um. Cito, como exemplo, os vilões que sugam da fonte do original, mas que se encaixam dentro da proposta que o filme exige, ao invés de piorar a natureza coesa do primeiro   X-Men . + X-Men: O Filme (2000) | Virando o jogo   Através do roteiro prático, os personagens se fortalecem até mesmo dentro das sequê

Monster Trucks (2017) | Aventura esquecível

Monster Trucks (EUA) Ao selecionar os filmes que entrarão em cartaz, os cinemas  devem  ser   cuidadosos,  pois  é  preciso, ao menos, um filme para cada tipo de público – isso inclui   os filmes infanto-juvenis bobos. Assim, após dois anos de atraso da sua estreia, Monster Trucks finalmente chega às salas de cinema. A princípio, a única coisa que chama atenção no filme é o seu absurdo. Colocar criaturas com tentáculos dirigindo caminhão foge do normal, até para um filme infantil. Dirigido por Chris Wedge ( A Era do Gelo ), Monster Trucks se esforça para alcançar o propósito para o qual foi feito: ser um filme divertido para o seu público. O roteiro, que não sai da zona de conforto, traz resoluções fáceis e previsíveis, seguindo apenas o padrão do gênero. Provavelmente os idealizadores sequer tiveram a cautela de pensar num roteiro cabível, sustentando todo argumento do filme no animal aquático pré-histórico que dirige o caminhão. Animal este que, diga-se de p

X-Men: O Filme (2000) | Virando o jogo

X-Men (EUA) Quando Christopher Reeve fez o público crer que um homem podia, de fato, voar, o mundo já aguardava por isso. A energia e o altruísmo do personagem criaram um contexto de paz e de força que os Estados Unidos necessitava naquele período assustador da Guerra Fria. Funcionou tanto no confronto quanto em sua criação nos quadrinhos em 1938, no auge de outro desespero. Deste modo, na virada do século, Bryan Singer , com uma equipe competente, fez o mesmo com o contexto, apesar de ser o oposto daquele que trazia harmonia. X-Men de Singer foi o primeiro passo ao tão invejável subgênero de heróis atualmente. Blade , Batman e outros do século anterior tiveram os seus méritos, assim como o Super-Homem de Reeve, no entanto, a diferença aqui, que permanece até hoje, é a contemporaneidade corajosa que Singer quis abordar, como Stan Lee e Jack Kirby conceberam na criação dos personagens em 1963. Além de influente nos quadrinhos na última década, o filme desenvolve de

A Cura (2017) | Monotonia insustentável

Do momento que se iniciou a divulgação de trailers de A Cura , muitas expectativas foram  criadas entorno. Antes mesmo da sua estreia, o filme já chamava atenção devido sua estética e o ar de suspense e terror. O diretor Gore Verbinski , que já experimentou o gênero em O Chamado (2002), dessa vez apostou em um terror psicológico que, em contrapartida, se mostrou deveras superficial. A Cura é um dos filmes que tem grande potencial, mas não aproveita as oportunidades para trabalhar o roteiro. A trama cumpre com a missão de envolver o público logo no início, tecendo um tom misterioso, o qual desperta a curiosidade do espectador. O primeiro ato abrange o equilíbrio entre a construção estética e o teor de suspense. Esse equilíbrio, porém, fica restrito apenas às primeiras sequências. Quando o longa tem a necessidade de desenvolver a sua história, o roteiro de Justin Haythe fica obcecado em criar um mistério que perdure todos os 127 minutos de projeção. E, ainda que o protago

Conheça os vencedores do WGA Awards (Sindicato dos Roteiristas de Hollywood).

Foi realizada neste domingo a cerimônia de premiação do Sindicato dos Roteiristas de Hollywood (o WGA, Writers Guild of America) com o anúncio dos vencedores em filmes e séries com os melhores roteiros de 2016.  Nas categorias de cinema, Moonlight – Sob a Luz do Luar foi consagrado como melhor roteiro original (apesar de estar indicado ao Oscar como roteiro adaptado). Já a ficção científica A Chegadasaiu vencedora no WGA Awards como roteiro adaptado. Entre os programas de TV, The Americans foi escolhida melhor série dramática, enquanto Atlantalevou o prêmio entre as comédias. Em episódios individuais, foram premiados roteiros de BoJack Horseman, Unbreakable Kimmy Schmidt e This Is Us. Confira a relação completa de vencedores do WGA Awards 2017: Filmes Roteiro Original A Qualquer Custo La La Land Loving Manchester à Beira-Mar Moonlight – Sob a Luz do Luar **VENCEDOR** Roteiro Adaptado Animais Noturnos A Chegada **VENCEDOR** Deadpool Estre

Jackie (2017) | Emoção efêmera

Jackie (EUA) Mexer com particularidades de grandes acontecimentos é sempre uma tarefa muito sensível. Talvez, principalmente, por ter que preencher muitas lacunas que permanecem em branco pelo aspecto “bastidor” do acontecimento. E se contar já é difícil, quiçá recriar como um objeto de emoção. Assim foi com o frágil 'A Dama de Ferro' de Phyllida Lloyd , que trouxe uma Margaret Thatcher idosa em conflito com o passado; ou até mesmo 'Steve Jobs' , do competente Danny Boyle , que dignifica e aflige uma figura tão popularmente conhecida pela genialidade. Em 'Jackie' , a mexida traz mais atenção por (duvidosamente) tocar na identidade estadunidense de forma direta. Natalie Portman vive Jacqueline Kennedy, viúva do ex-presidente John F. Kennedy, assassinado em 1963. O projeto tinha tudo para se tornar mais uma biografia corriqueira, mas um item distancia o filme disso: o diretor chileno Pablo Larraín. 'Jackie' é uma história que tem como princip

A Cidade Onde Envelheço (2017) | Quem somos? Para onde vamos?

A Cidade Onde Envelheço (Brasil) A portuguesa Francisca vive em Belo Horizonte há algum tempo, trabalha em um restaurante português, têm bons amigos e um namorado que sente total sintonia. No entanto, a personagem ainda não se relaciona com o espírito do brasileiro; Principalmente com o jovem que está sem preocupações sobre a busca da identidade que lhe justifique.  Francisca recebe Teresa, uma colega antiga de seu país natal. As amigas passam a morar juntas, e as inconformidades são desenvolvidas excitadamente por Marilia Rocha, a diretora deste enigmático longa-metragem.  Na obviedade, Brasil e Portugal são irmãos. Os países usam a mesma língua, compartilham dos mesmos conflitos e costumes. Francisca e Teresa, com as idades similares e espíritos conflituosos, demonstram, então, a essência do despertar de uma fase adulta inesperada. Um conceito alucinante, mas já usado por demais em outros filmes. A diferença aqui é o tratamento destes temas tão contemporâneos. Enquant

Os Instrumentos Mortais | Será que agora vai?

O que Cidade dos Ossos , ShadowHunters e os Instrumentos Mortais tem em comum? Trata-se da mesma história escrita por Cassandra Claire,  adaptada dos livros para cinema em 2013 e readaptada para a televisão em 2016 pela Freeform que conseguiu um acordo com a Netflix, que disponibiliza os episódios da série nos mercados internacionais (incluindo o Brasil) um dia após a transmissão pela emissora de origem. A saga Os instrumentos mortais têm como primeiro livro a Cidade dos Ossos , livro esse que introduz os personagens Clary e Jace.  Esse grande sucesso editorial foi adaptado em 2013 para as telonas, tendo como atriz principal Lily Collins no papel de Clary. Sofreu grandes críticas, inclusive pela sua interpretação. Na realidade o filme deixou um pouco a desejar personagens eram vagamente semelhantes com os dos livros, com algumas raras exceções. A história ficou truncada e corrida, é praticamente impossível contar um livro de 459 páginas em 2h09min de filme. Em 201

Cinquenta Tons Mais Escuros (2017) | Sequência não traz evoluções à saga

Fifty Shades Darker (EUA) Christian Grey e Anastasia Steele já deram bastante o que falar. Protagonistas da série de livros "Cinquenta Tons de Cinza" , composta por três peculiares obras principais e dois spin-offs , todos da autora (e produtora) E.L. James , os personagens rapidamente tornaram-se ícones da cultura mainstream , aterrissando nas telonas pela primeira vez em 2015, em um longa-metragem duvidoso de Sam Taylor-Johnson ( "Nowhere Boy" , 2009). Dois anos depois, novamente aproveitando o período do Valentine's Day , feriado romântico celebrado em diversos países, a saga continua com "Cinquenta Tons Mais Escuros" ( "Fifty Shades Darker" , 2017), desta vez sob encargo de James Foley  ( "A Estranha Perfeita" , 2007).   Esta sequência toma lugar poucos passos depois do primeiro "Cinquenta Tons" , encerrado previamente em grande cliffhanger narrativo. Tendo isto em vista, Jamie Dornan (dos seriados "