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Mostrando postagens de maio, 2017

Papel da Mulher nos quadrinhos foi tema de debate de encontro do Jornal O Povo

Mulher-Maravilha, Mulher-Gato, Arlequina, Capitã Marvel... Não são poucas as personagens femininas no mundo dos heróis de quadrinhos (mesmo que ainda estejam em desvantagem). Dessa forma, é curioso - sem falar de discutível - observar a situação se considerarmos o número de filmes solos de qualquer uma dessas personagens em comparação aos de seus companheiros homens. São mais de 10 filmes do Super-Homem , enquanto sua parceira, a icônica Mulher-Maravilha , só teve o "privilégio” de aparecer nas telonas este ano, 75 anos após sua criação. O papel da mulher nesse universo, apesar de em crescimento, ainda possui muitas pendências e muito a ser trabalhado. Com o número crescente de leitores do gênero feminino no mundo dos quadrinhos - sem falar da chegada do século XXI - já está mais do que na hora das heroínas serem não só representadas como coadjuvantes, mas celebradas e bem trabalhadas como principais. E esse foi o tema principal do encontro de blogueiros do Jornal O

Mulher-Maravilha (2017) | A redenção da DC

Wonder Woman (EUA) Foram preciso 75 anos para a DC e a Warner perceberem o imenso potencial que a Mulher-Maravilha tem. Não somente por ser a primeira super-heroína, mas também por ser sinônimo de força, luta e justiça: finalmente o filme que o público esperava chega às telonas – e você precisa assistir!  Não basta fazer um filme da Mulher-Maravilha, a direção tem que ser comandado por uma mulher também! Patty Jenkins , que já deu um Oscar para Charlize Theron em Monster (2003), tem uma bela compreensão da essência da personagem e consegue transmitir isso de forma brilhante. O filme nos mostra as origens de Diana ( Gal Gadot ), princesa de Themyscira e sua evolução, enquanto guerreira e mulher. Isto é feito, inclusive, de forma bastante didática para garantir a compreensão até daqueles que nunca tiveram contato com a heroína. As tantas origens que a Mulher-Maravilha recebeu nos quadrinhos não pareceu problema para o roteiro, de Geoff Johns e Allan Hein

Cannes 2017: Imovision anuncia aquisição de 11 filmes para distribuição brasileira

Há 27 anos no mercado de distribuição, a Imovision se consolidou como uma das maiores incentivadoras do cinema autoral, e já trabalhou com diversos filmes que saíram do Festival de Cannes. Este ano, além de 6 filmes da Seleção Oficial, a distribuidora adquiriu dois filmes da mostra Un Certain Regard e um filme da Quinzena dos realizadores. Entre as novas aquisições, destacam-se os que saíram premiados do Festival. “120 Batidas Por Minuto” de Robin Campillo levou o Grade Prêmio do Júri, e foi aclamado como o favorito do ano até mesmo por Pedro Almodovar , o presidente do júri, que se comoveu ao falar sobre o filme na coletiva de imprensa após a cerimônia de premiação. O longa de Campillo também conquistou a imprensa internacional, e recebeu o prêmio de Melhor Filme da FRIPESCI. O filme relata a luta do grupo ativista Act Up, que intensifica seus esforços para que a sociedade reconheça a importância da prevenção e do tratamento em relação a Aids no início dos anos 90. O susp

A Cabana | Um encontro com Deus

O livro “A Cabana” foi escrito por William P. Young que nasceu em Alberta, no Canadá em 11 de maio de 1955, mas passou grande parte de sua infância em Papua, Nova Guiné, junto com seus pais missionários. Formou-se em Religião em Oregon, nos Estados Unidos. "A Cabana" trata-se de uma história antes de tudo de perdão e redenção. A narrativa se desenvolve pela perspectiva de Willie, amigo e vizinho do personagem principal Mackenzie Allen Phillips. A filha mais nova de Mack foi raptada durante as férias em família e há evidências de que ela foi brutalmente assassinada e abandonada numa cabana.  Quatro anos mais tarde, Mack recebe uma nota suspeita, aparentemente vinda de Deus, convidando-o para voltar aquela cabana para passar o fim de semana. Ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele segue numa tarde de inverno e volta ao cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante,

Cannes 2017: Sueco "The Square" é o vencedor da Palma de Ouro; confira os premiados

Na tarde de hoje (28), o júri presidido por Pedro Almodovar, composto também por Will Smith, Jessica Chastain, Fan Bingbing, Agnès Jaoui, Park Chan-wook, Maren Ade, Paolo Sorrentino e Gabriel Yared delegou as premiações abaixo com poucas surpresas: Palma de Ouro THE SQUARE, de Ruben Ostlund Grande Prêmio do Júri 120 BEATS PER MINUTE, de Robin Campillo Melhor Direção SOFIA COPPOLA por O Estranho Que Nós Amamos Melhor Ator JOAQUIM PHOENIX, por You Were Never Really Here Melhor Atriz DIANE KRUGER por In the Fade (Fatih Akin) Melhor Roteiro (dividido) YORGOS LANTHIMOS e EFTHIMIS FILIPPOU por The Killing of a Sacred Deer LYNNE RAMSAY por   You Were Never Really Here. Prêmio do Júri LOVELESS, de Andrey Zvyagintsev Prêmio Especial do aniversário de 70 anos do Festival NICOLE KIDMAN Confira os textos publicados na cobertura à distância do 70º Festival de Cannes

Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar (2017) | Entretenimento Moderno

Pirates of Caribbean:  Dead Man Tells no Tales (EUA) A franquia Piratas do Caribe , certamente, é uma das mais escrachadas, tanto pela crítica quanto por seus diretores. A marca, incrivelmente consolidada em 2003, passou por Gore Verbinski , com a trilogia principal, por Rob Marshall , com o já moribundo Navegando em Águas Misteriosas , e agora, com os diretores de Kon-Tiki ( Joachim Rønning e Espen Sandberg ), com aquele que é tão descompromissado e divertido como o primeiro. Depois de seis anos de dúvidas sobre o cansaço de Johnny Depp como Jack Sparrow, A Vingança de Salazar surge como um filme extremamente concentrado na família, como outros filmes do estúdio. A relação abordada entre pais e filhos, seja com o Henry Turner ou Carina Smyth (novos personagens do filme) se dedica em estudar a diversão que, propositalmente, foi inspirada em A   Maldição do Perola Negra . Aqui, a história praticamente é a mesma, permitindo comparações com o último Star Wars e Jurassic

Joaquim: a revolta como consequência gradual

Obs: o texto contém spoilers de 'Joaquim' (2017), de Marcelo Gomes Marcelo Gomes narra nos últimos minutos de ‘Joaquim’ o atual momento de revoltas políticas que vive o Brasil de hoje. Joaquim (Tiradentes) convoca algumas poucas pessoas para aderirem a uma possível revolução contra a coroa portuguesa, atentando ao quão longe da liberdade estão diante um Estado que só tem planos exploratórios. Alguns desses que o ouvem dizem estarem satisfeitos com a vida que levam, e que nada têm a ver com a opressão sofrida por outros. O filme, bem observa Marcelo, não foi feito para a atual conjuntura do país, não teve esse papel em sua concepção. Mas a razão por espelhar todo esse movimento atual é ainda mais danosa à nossa sanidade histórica: não mudamos tanto assim. + Crítica: Joaquim (2017) | O nascimento de um herói  ‘Aquarius’ , de Kleber Mendonça Filho, tem uma heroína (Clara) que coexiste com as contradições suficientes ao discurso. Financeiramente farta e emocionalmente tr

Cannes 2017: O Final Feliz de Haneke?

Acredito que todo mundo deu uma risada baixa ao ler que o novo filme do austríaco Michael Haneke se chamava 'Happy End'. Não é preciso ser o maior fã do cineasta para saber que conclusões trágicas estão sempre presentes em seus filmes. Sua última aparição no cinema foi integralmente chocante com "Amour", de 2012, vencedor da Palma de Ouro e do Oscar de Filme Estrangeiro. E já faz mais de 20 anos que Haneke está presente no cenário do cinema mundial com filmes que sempre exigiram uma digestão densa. De volta ao mundo e a Cannes cinco mais tarde, Haneke também traz de volta os atores Jean-Louis Trintignant e Isabelle Huppert. Os três trabalharam juntos em 'Amour', mas o destaque se volta a Huppert que, ano passado, impressionou o Festival com a atuação enigmática em 'Elle', de Paul Verhoeven - tanto que foi parar na "grande" premiação do Oscar. Embora ela não esteja, segundo a crítica presente, no páreo para a premiação final do festival.

Cannes 2017: Brasileiro "Gabriel e a Montanha" é premiado na 56ª Semana da Crítica

Um ano após ser ovacionado em Cannes com 'Aquarius', o diretor Kléber Mendonça Filho foi convidado para presidir o júri de uma das sessões paralelas do Festival, a Semana da Crítica. É bom recordar que Kléber, antes de realizador, trabalhou como crítico de cinema profissional, cobrindo eventos como Cannes; seu primeiro filme foi um documentário sobre o papel da crítica com a participação de diversos críticos mundiais. Na 56ª edição da Semana da Crítica, um dos destaques foi o brasileiro "Gabriel e a Montanha". O filme foi inscrito e dirigido tendo como inspiração a história real de um amigo do diretor Fellipe Barbosa, Gabriel Buchman, que escalou o monte Monte Mulanje durante sua viagem para a África. Fellipe é estreante; seu primeiro filme foi lançado em 2015, o bonito 'Casa Grande'; comovente por debater algumas questões sociais que vivia a o Brasil.  Esse seu projeto, mesmo de aparência menor, tem um jeito ambicioso - essencialmente por ter pouco

Cannes 2017: Vencedores do 20º Cinéfondation

O Festival de Cannes é composto por algumas mostras paralelas. A Cinéfondation é voltada para trabalhos feitos por escolas de cinema ao redor do mundo. Esse ano, a edição recebeu 2600 inscrições de 626 escolas, selecionado 16 para a competição. Seu aspecto curioso (e lógico) é que seus integrantes são geralmente estreantes, o que consolida uma mostra de olhares em formação. É também uma das primeiras a anunciar seus vencedores; a lista completa saiu na manhã de hoje (26). Os premiados desse ano são dos países Bélgica, Irã e França. O júri presidido por Cristian Mungiu foi comporto também por Clotilde Hesme, Athina Rachel Tsangari, Barry Jenkins e Eric Khoo. Confira os premiados: Primeiro Prêmio: € 15.000 PAUL EST LÀ (Paul Is Here ) Dirigido por Valentina Maurel INSAS, Bélgica Segundo Prêmio: € 11.250 HEYVAN (AniMal ) directed by Bahram & Bahman ARK Iranian National School of Cinema, Irã Terceiro Prêmio: € 7.500 DEUX ÉGARÉS SONT MORTS (Two Youths Die

Joss Whedon substituirá Zack Snyder em 'Liga da Justiça' após tragédia familiar

"Eu decidi dar um passo atrás do filme para estar com a minha família, estar com meus filhos, que realmente precisam de mim.".  Zack Snyder, um dos maiores cineastas do gênero e diretor do 'Batman vs Superman' e o próxima 'Liga da Justiça', encontra-se em uma situação delicada. Snyder disse ao The Hollywood Reporter que está se afastando da Liga da Justiça, a fim de lidar com a morte repentina de sua filha. A esposa de Snyder, Deborah Snyder, que é produtora em 'Liga da Justiça', também está tomando uma pausa para se concentrar na cura de sua família. A filha de Snyder, Autumn Snyder, morreu por suicídio em março aos 20 anos A morte dela foi mantido em privado, com apenas uma pequena circulação interna. O filme foi colocado em uma pausa de duas semanas para o Snyders lidarem com os efeitos imediatos da tragédia. Zack Snyder diz que inicialmente estava ansioso para retornar ao filme. “Na minha mente, eu pensei que era uma coisa catár

Cannes 2017: Werner Herzog e os tempos de Brasil em Cannes

Anselmo Duarte segura a Palma de Ouro em 1962 É instigante lembrar que entre 1949 e 1971, a presença do cinema brasileiro em Cannes era rotina. Poucos foram os intervalos nesses 22 anos em que a grande premiação francesa ficou sem um representante do país. Era um fluxo tão intenso que acontecia de dois filmes concorrerem no mesmo ano (1954, 1964 e 1970). Dois dos pilares do nosso cinema "Deus e o Diabo na Terra do Sol" , de Glauber Rocha, e "Vidas Secas" , de Nelson Pereira dos Santos competiram juntos pouco depois de trazermos a Palma de Ouro de "O Pagador de Promessas", de Anselmo Duarte O 'Cinema Novo' surgiu em um momento de "renovação" dos agrupamentos culturais; respirando o ar de outros movimentos, consolidou-se "rapidamente" como também influência para o cinema que se fez posteriormente. A chamada "Nova Hollywood" começou a ser discutida por esses tempos, numa geração representada por nomes como

Cannes 2017: A recepção de 'Okja' em meio a polêmica da Netflix

Não é de hoje que se discute a posição da Netflix, principalmente porque se tornou em pouquíssimo tempo uma nova ferramenta de interação audiovisual. Nasceu como uma biblioteca virtual e cresceu enquanto ninguém se preocupava. Mas como o Google que há muito deixou de ser um site de pesquisas, a Netflix passou a pensar alto ao produzir suas próprias obras. A fricção imediata foi com os canais televisivos que não queriam classificar as séries da empresa como TV. E muito se pressionou por parte da indústria para que fosse ignorada. Mas não deu, a começar por grandes premiações de TV que passaram a colocar as obras no páreo. Logo depois, a briga comprada foi ainda maior: filmes originais Netflix. Enfrentou tanto o conservadorismo mundial em torno do cinema, quanto as grandes indústrias vigentes. Esse ano, a discussão ganhou mais um capítulo interessante. Ao concorrer à Palma de Ouro ao lado de "filmes de cinema", 'Okja', do bem recepcionado diretor sul-coreano Joon-Ho

Cannes 2017: A abstração política de Kornél Mundruczó retorna no super-herói de "Jupiter's Moon"

As histórias do húngaro Kornél Mundruczó se parecem com as do grego Yorgos Lanthimos. Não em forma ou narrativa, já que seria complicado parecer assim sem imitar peculiaridades. Mas, precisamente, pela a união de bizarrice e ineditismo que precisa ser surpreendente. Curioso que ambos estejam competindo pela Palma de Ouro esse ano em Cannes, com 'Jupiter's Moon' e 'The Killing of a Sacred Deer', respectivamente. Suas carreiras até se assemelham na relação com Cannes, mas essa proximidade rende uma outra reflexão que fica para depois. Em questão, está o que há de instigante nessa bizarrice e a preparação para o que pode vir. O ápice mais recente na carreira de Kornél foi o emotivo 'Deus Branco', vencedor do prêmio Un Certain Regard em Cannes de 2014. Sua trama de aparência inofensiva traz um cachorro que, após ser abandonado, precisa sobreviver na rua. Se escutado por trás da porta, poderia dizer que era a descrição da jornada tragicômica 'Bolt - Su

Cannes 2017: A segunda recepção calorosa de Todd Haynes

O americano Todd Haynes foi premiado já na primeira vez que pisou em Cannes. O prêmio de Contribuição Artística foi entregue em 1998 por Velvet Goldmine, uma ambiciosa história de investigação e sexualidade que chamou atenção por onde passou. E cinco trabalhos depois, 17 anos mais tarde, 'Carol' jogou novamente Haynes no auge da atenção mundial. Levando o prêmio de atriz em Cannes 2016, o filme alçou voo até "parar" na premiação da Academia. + Crítica: Carol (2015) Haynes não esperou muito para retornar; esse ano, com o misterioso 'Wonderstruck' (Sem Fôlego, na tradução brasileira), concorre novamente à Palma de Ouro. O pequeno extrato divulgado previamente no site do Festival entrega um clima que oscila por uma estética essencialmente sonora; há um ritmo nessa pequena cena que jamais vimos em outras de suas obras. E esse é o principal destaque da maioria das críticas, reviews e primeiras impressões que o filme veio recebendo após sua primeira exibiç

O Livreiro de Cabul | A apresentação de uma realidade dolorosa

Guerras constantes, invasão soviética, tomada do Talibã e diversos outros conflitos internos são parte da história do Afeganistão, país de origem da família de Sultan Kan, filho mais velho de Bibi Gul e, consequentemente, líder da família Kan (pseudônimos criados pela jornalista). " Eu tiro o véu, o vestido, as sandálias, as calças, as roupas íntimas. Uma vez aqui dentro é tarde demais para se arrepender. Gritar é impossível; elas levam a culpa de qualquer jeito mesmo se alguém vier socorrê-las. O escândalo arruinaria suas vidas". (O livreiro de Cabul, p. 150) Ao contrário do escritor Khaled Hosseini (conhecido por obras como "O Caçados de Pipas" e "Cidade do Sol"), que é nascido no Afeganistão, mas nos apresenta histórias romantizadas, a jornalista norueguesa Âsne Seierstad já possui outro objetivo. Após ter morado por 3 meses com uma família afegã, a autora nos apresenta uma realidade completamente diferente da usual, apesar de um pouco pare

Melhores Amigos (2017) | Pequena grande história

Há uma certeza de realidade nas obras de Ira Sachs , e 'Little Men'  (no original) é uma realização completa desse sentimento. Apesar de ter uma aparência muito simples, a história sobre dois garotos que se tornam amigos por uma situação inesperada é um drama que arde silenciosamente. E é curioso que nenhum de seus outros temas sejam levados a se concluir, bastando a Ira a percepção externa ao fato – e mesmo que os garotos não estejam 100% em cena, a eles o filme se dirige quando a história precisa de justificativas. O impasse de uma inquilina que não pode ser despejada e a angústia de um ator malsucedido são problemas muito “adultos” para que duas crianças precisem resolver. Não é que eles possuam esse papel explicitamente, mas Ira e Maurício Zacharias (roteirista de ‘Céu de Suely’ ) compreendem que a origem dessas situações é justamente o que permitiu aquela amizade a se fortalecer prematuramente. E é aí que mora a certeza de realidade, nessa aproximação que é tão i